25 de abril: Liberdade, mas com caminho a percorrer

Rodrigo Andrade, Mestrando em Ciência Política, Assessor Parlamentar do PAN

Em 2024, as lutas são resolver os problemas de habitação do nosso país e garantir que todas e todos os portugueses e portuguesas conseguem aceder ao Serviço Nacional de Saúde, e que este consegue dar resposta aos seus problemas. Mas a luta também deve ser a exigência por um clima estável, por um futuro mais verde e por um planeta onde as próximas gerações possam viver

A revolução que nos trouxe a liberdade faz esta semana 50 anos. Este marco torna-se importante por várias razões: primeiro a importância de serem 50 anos de democracia portuguesa, que apesar de não ter sido isenta de polémicas e momentos de perigo, continuamos a usufruir da liberdade conquistadas em 1974.

Em segundo lugar, pelo crescimento da extrema-direita em Portugal, algo que acaba por ser um pouco irónico, mas que deve servir para nos alertar para que a luta pela democracia faz-se todos os dias e em várias vertentes da nossa vida política e pública, não apenas em abril.

Em terceiro lugar, porque apesar de termos tido mais avanços que recuos nestes 50 anos, precisamos de introspeção e perceber que há ainda um longo caminho a percorrer, bem como muitos direitos e deveres a conquistar.

Há 50 anos, Portugal tinha o desafio de sair da pobreza, promover a literacia da população, acabar com as guerras coloniais e ‘’fazer as pazes’’ com as suas ex-colónias. Havia a necessidade de trazer Portugal para a europa e para o mundo, elevar o nosso nível e qualidade de vida algo que, apesar das dificuldades, conseguimos fazer ao longo dos anos.

Em 2024, as lutas são resolver os problemas de habitação do nosso país e garantir que todas e todos os portugueses e portuguesas conseguem aceder ao Serviço Nacional de Saúde e que este consegue dar resposta aos seus problemas. Mas a luta também deve ser a exigência por um clima estável, por um futuro mais verde e por um planeta onde as próximas gerações possam viver. Esta é, inegavelmente, a luta mais difícil e mais duradoura da atualidade.

Nas circunstâncias atuais, muito dificilmente evitaremos que o planeta aqueça acima do 1.5º graus Celcius recomendados e que, devido ao caminho que estamos a percorrer, as gerações futuras enfrentarão muitas dificuldades referentes ao clima e ao ambiente. É por isso que precisamos, não de reinventar Abril, mas acrescentar a luta climática à luta pela liberdade.

A liberdade também é termos acesso a água potável, a um ar respirável que não esteja poluído e a viver num país onde há respeito pela natureza e pela biodiversidade. Precisamos de trazer Abril para a natureza e perceber que o progresso da revolução dos Cravos faz-se, e deve ser feita, na luta por um planeta melhor para todos e todas.

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