Avenida Marginal, coletânea de autores originais dos Açores, é uma abordagem de ficção às memórias da cidade Ponta Delgada, da Artes e Letras Editora.
Teresa Canto Noronha, uma das autoras, revela que a avenida da cidade está “associada à memória de todos os verões da infância e adolescência” da jornalista/autora.
Era o local onde se passeava todas as noites, em família, ou com os amigos. “Onde se via, e era visto, uma espécie de espelho.”
A obra é apresentada hoje na Feira do livro numa palestra com os autores e a editora.
A coletânea Avenida Marginal, que vai no 5 Volume, é apresentada hoje na Feira do livro com a presença da autora Teresa Canto Noronha e de alguns dos escritores participantes: Alexandre Borges, Carolina Bettencourt, Catarina Ferreira de Almeida, Judite Canha Fernandes, e Maria Brandão.
A obra reúne um corpo de textos “povoados de mundividências distintas porém fixados nas fronteiras da geografia da cidade de Ponta Delgada”, segundo a jornalista de SIC Notícias ao Estado com Arte Magazine.
Desde o primeiro número, há a preocupação de colocar em “diálogo diferentes gerações apresentando uma diversidade arquipelágica de autores.” O nome da publicação Avenida Marginal é um título adotado de livro de poesia do poeta Emanuel Jorge Botelho, de 1978.
Teresa Canto Noronha acredita que este é um projeto literário “sem paralelo no resto do país, porque os autores podem nem viver na ilha”, como é o caso da jornalista.
“O que é importante é que tenham uma ligação à cidade de Ponta Delgada e que os textos reflitam essa ligação. De forma direta, ou não. Para quem nasceu, e cresceu, em Ponta Delgada – como eu, a Avenida da cidade está associada à memória de todos os verões da minha infância e adolescência. Era o local onde se passeava todas as noites. Em família, ou com os amigos. Onde se via, e era visto. Uma espécie de espelho, com reflexos dos outros também,” diz a autora.
O texto de Teresa Canto Noronha na publicação do livro Avenida Marginal deste ano conta uma memória da sua avó, na Praia do Pópulo. “A memória de uma senhora que nadava como se o mar fosse o seu habitat natural. Com uma touca branca, de flores, na cabeça, e gestos vigorosos. Mas sempre elegantes. A minha avó dominava o mar e isso, fascinava-me.”
A Avenida Marginal é uma coletânea de contos, da editora açoriana Artes e Letras, com periodicidade anual, publicada pela primeira vez em 2019. Ao todo, desde a primeira edição, já participaram 60 autores, como são exemplo: João de Melo, Onésimo Teotónio de Almeida, Nuno Costa Santos, Joel Neto, Pedro Almeida Maia, Judite Canha Fernandes, Maria Brandão, entre muitos outros.
Teresa Canto Noronha participa em livro sobre as viagens do Papa Francisco
A jornalista participou, também este ano, noutra coletânea de autores “Accompagnare Papa Francesco in Viaggio”, uma reunião de textos de jornalistas de vários países sobre a experiência de viajar, e estar próximo, do Papa Francisco, na Jornada Mundial da Juventude 2023.
Um projeto coordenado por um sacerdote amigo do Papa e por um realizador espanhol que fizeram a viagem com os jornalistas de Roma a Lisboa.
Para a jornalista “é muito interessante perceber as diferentes abordagens” dos vários jornalistas que escrevem neste livro.
Mas, o que mais a marcou, foi perceber que todos sentiram a mesma coisa: que o Papa Francisco faz questão de estar próximo. “De ter uma palavra para cada um dos que com ele viajam. De estar atento ao que lhe perguntamos. E de ter respostas,” confessa Teresa Canto Noronha.
Depois do primeiro livro, “Notas da Ilha”, que saiu há 4 anos, a autora e jornalista já está a pensar no próximo, diz que ainda não sabe quando terá tempo para o concretizar, “mas vai acontecer.”