MANUAL DE INFIDELIDADE EM VERSÃO WOKE

Susana Mexia, Professora de Filosofia

A infidelidade é uma atitude muito séria para quem a pratica e para quem a sofre. Provoca sofrimento nos próprios, traumas emocionais difíceis de ultrapassar, com tristeza, desespero e mesmo depressão.

Por isso, tratar o tema com uma ligeireza dúbia, leva-me a supor que há um pouco de wokismo nessa abordagem, onde a verdade sobre a essência da fidelidade, aparece levemente maquilhada. Terá sido esta a intenção do Psiquiatra Prof. Drº. José Gameiro ao escrever o livro, MANUAL DE INFIDELIDADE?

Como cada Pessoa não é um ser isolado, naturalmente as consequências refletem-se nos filhos, nos pais, nos avós e na sociedade em geral.

A responsabilidade é enorme, pelo que o tema da infidelidade não pode nem deve ser abordado de forma leviana, em jeito de pensamento light, moderno ou comercial. É muito o sofrimento que a “infidelidade “provoca ao seu redor, todos o sabemos, e talvez, também, tenhamos um pouco de culpa.

Por isso, tratar o tema com uma ligeireza dúbia, leva-me a supor que há um pouco de wokismo nessa abordagem, onde a verdade sobre a essência da fidelidade, aparece levemente maquilhada.

Terá sido esta a intenção do Psiquiatra Prof. Drº. José Gameiro ao escrever o livro, MANUAL DE INFIDELIDADE?

Infidelidade é o descumprimento de um compromisso de fidelidade. É uma violação de regras e limites que foram mutuamente acordados para um relacionamento.

Se a fidelidade é definida como manter relações amorosas somente com uma pessoa com a qual se comprometeu, infidelidade será quebrar este pacto, promessa ou contracto.

O que constitui um acto de infidelidade não consiste apenas na presença do comportamento sexual, embora este tipo de infidelidade tenha hoje um papel de destaque que conduz ao fim dos relacionamentos.

Há décadas que vimos constatando a pressão na 7ª arte, com filmes em que insistentemente usam e abusam do tema infidelidade ou traição. Também A Globo, canal de novelas brasileiro, nas inúmeras telenovelas tem vindo, desde há muito tempo, a incitar ou influenciar esta realidade, à qual as pessoas, normalmente, se vão habituando e integrando.

As novas tecnologias, principalmente com o advento da internet e dos seus múltiplos meios e plataformas de comunicação, fomentam os relacionamentos ditos “virtuais” ou estabelecidos online, que nem sempre ficam por aí, mas passam ao contacto físico, em contextos disfuncionantes.

Em livre associação de ideias, a técnica psicanalítica criada e difundida por Sigmund Freud, ocorreu-me a teoria política da filósofa alemã Hannah Arendt, que ao esclarecer os horrores passados no holocausto, os definiu como “a banalização do mal”.

Assim questiono se não estaremos a banalizar a infidelidade ou traição, como alguns também lhe chamam, numa dualidade relativista, normalizando-a?

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