Entre “Os Ventos do Oriente e do Ocidente” ainda haverá lugar à Esperança num Amanhã?

Susana Mexia

Aos 46 anos, a escritora Pearl Buck tornou-se a primeira mulher dos Estados Unidos a receber o Prémio Nobel de Literatura, em 10 de novembro de 1938.

Pearl Buck nasceu no dia 26 de junho de 1892, em Hillsboro, no estado norte-americano da Virgínia Ocidental, mas cedo foi viver para a China, com os seus pais, missionários presbiterianos.

Cresceu a falar chinês e inglês, foi educada sobretudo pela mãe e apoiada por um mestre confucionista – sistema ético, filosófico e religioso chinês, fundado por Confúcio, em meados do século VI (551 a.C.), em Tsou), o qual foi a doutrina oficial da China por mais de dois mil anos, até o início do século XX. A presença dum mestre pensador na formação é como um guia espiritual, um filósofo que orienta a vida dos seus seguidores pelo caminho da harmonia, acreditando no conhecimento e na educação como forma de melhorar a sociedade, na medida em que se constrói um caráter sólido no ser humano.

Regressou aos Estados Unidos, matriculou-se no Randolph College, na Virgínia, em 1910, e formou-se em Filosofia quatro anos depois. Durante esta sua passagem pela universidade, foi muito activa no movimento estudantil e escreveu para a revista literária da Faculdade.

A autora era exímia nas suas descrições ricas e verdadeiramente épicas da vida camponesa na China as quais entrelaçava com elementos biográficos da sua experiência de vida familiar entre o cristianismo e o confucionismo.

Teve forte influência no modo como os americanos encaravam as questões sociais, raciais e de discriminação entre sexos, ficando também conhecida por defender a igualdade de direitos para homens e mulheres.

Mestre em Literatura pela Universidade de Cornell, regressou à China onde leccionou literatura inglesa e americana em várias universidades chinesas.

Em 1930 publicou o seu primeiro romance, Vento do Oriente, Vento do Ocidente. Seguiu-se-lhe Terra Abençoada (1931), romance original por conseguir conciliar uma prosa de tom bíblico com a estrutura das sagas narrativas chinesas. Este tornou-se um best-seller e um dos grandes clássicos modernos, tendo sido galardoado com o Prémio Pulitzer, em 1932, ano em que teve de abandonar o país, devido à eclosão da Guerra Civil Chinesa.

A partir de 1935, Buck passou a viver nos Estados Unidos e empreendeu esforços em favor de diversas causas humanitárias, que culminaram na criação da Fundação Pearl Buck.

Em 1938 tornou-se a primeira escritora norte-americana a ser galardoada com o Prémio Nobel de Literatura.

Pearl Buck faleceu a 6 de março de 1973, em Danby, no estado do Vermont, aos 80 anos, deixando um legado de mais de 70 livros.

Embora realçando o confronto entre Oriente e Ocidente toda a sua obra é um cântico admirável de esperança e de confiança na vida, animada por um optimismo construtivo, capaz de retirar da experiência humana a energia necessária para recomeçar permanentemente um novo caminho, na esperançosa esperança de que “Há Sempre um Amanhã”.

 

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