Livros. “A Rainha Santa e o Mistério de São Cristóvão do Rio Mau”, conto ficcionado de Duarte Lima Mayer

Marta Roque

“A Rainha Santa e o Mistério de São Cristóvão do Rio Mau” de Duarte de Lima Mayer, uma edição da Building Ideas (2025), é um conto inspirado na histórica peregrinação de Isabel de Aragão – a Rainha Santa – a Santiago de Compostela, há 700 anos. A obra foi apresentada na Igreja de Santa Isabel na passada quinta feira, no âmbito dos 400 anos da canonização da Rainha Santa Portuguesa.

O conto “A Rainha Santa e o Mistério de São Cristóvão do Rio Mau”, novo livro do autor e advogado Duarte de Lima Mayer, é uma ficção sobre a vida da Rainha Santa portuguesa, Isabel de Aragão.

A sessão contou com a participação do Padre Mário Azevedo, docente universitário, Sofia Távora, advogada, e com um apontamento musical de Hugo Paiva, violoncelista da Orquestra Gulbenkian.

No ano de 1325, Isabel de Aragão, Rainha de Portugal, parte em peregrinação a Santiago de Compostela, após a morte de D. Dinis, o rei a quem dedicou uma vida de fidelidade e paz.

Padre Mário Azevedo, Sofia Távora, e Hugo Paiva na apresentação de livro de Duarte de Lima Mayer

“Pelo caminho, numa paragem junto ao Rio Mau, um encontro com um pássaro, uma truta e um monge revelam-lhe verdades profundas sobre o luto, a fé e a missão de uma vida inteira. Em Santiago de Compostela, a Rainha deposita a sua coroa aos pés do Apóstolo e regressa ao reino, dedicando-se à construção do Mosteiro de Santa Clara — inexplicavelmente erguido no leito vulnerável do Mondego.

Só mais tarde a sua aia revelará o segredo: Isabel vivera sempre como aquela truta, a nadar contra a corrente, e desejava que um dia o rio a levasse, enfim em paz, até ao oceano.

No Verão de 1325, uma rainha viúva avança silenciosa pelos caminhos antigos, entre o luto e a esperança. De hábito escuro e alma ferida, D. Isabel de Aragão parte numa peregrinação que é também um mergulho interior — caminho sagrado entre a terra e o céu. Em plena Idade Média, o silêncio das estradas e o bailado inesperado de um pássaro vão entrelaçar-se com presságios, memórias e visões.

Setecentos anos separam-nos da vida de uma mulher que, no silêncio da corte e na vastidão dos campos de um reino medieval, soube fazer da paz e da caridade o seu legado mais profundo.” ( in “A Rainha Santa e o mistério de São Cristóvão do Rio Mau”)

Ilustração de “A Rainha Santa e o mistério de São Cristóvão no Rio Mau”, copyright da Mara Silva

Mas o que nos diz aos dias de hoje a santidade da Rainha Santa Isabel? Sofia Távora comenta as bem – aventuranças vividas pela Santa Portuguesa, que aos dias de hoje são ainda muito actuais, tempos de crises, e de guerra nas famílias e entre povos do mundo.

Isabel de Aragão nasceu em 1271, na poderosa Corte Aragonesa, chegou a Portugal com apenas 12 anos, casou-se com o rei Dom Dinis.

Num tempo marcado pela pobreza extrema, doenças, guerras e escassez de conforto, a Rainha Santa Isabel   escolheu viver a sua missão de rainha com uma dedicação aos mais pobres e aos doentes.

“Rainha por título, santa por escolha e acção, D. Isabel atravessa o tempo e permanece viva no coração do Povo.”

Reconhecida como mediadora de conflitos, promotora da paz entre reis, príncipes e irmãos em luta, usou a sua influência para evitar guerras.

Faleceu em Estremoz em 1336, foi canonizada em 1625 pelo Papa Urbano VIII e é venerada como padroeira dos pobres e mensageira da paz.

Seja Apoiante

O Estado com Arte Magazine é uma publicação on-line que vive do apoio dos seus leitores. Se gostou deste artigo dê o seu donativo aqui:

PT50 0035 0183 0005 6967 3007 2

Partilhar

Talvez goste de..

Apoie o Jornalismo Independente

Pelo rigor e verdade Jornalistica