Agricultura. Novo Pacote da PAC apresenta corte de 20% para os agricultores

Redação

Fundos destinados à Política Agrícola Comum ( PAC) recebem novo corte na ordem dos 20%, esta nova reformulação do orçamento comunitário contempla a redução de sete para quatro rubricas e 52 programas para 16. A proposta da reforma da Política Agrícola Comum (PAC) pós-2027, apresentada pela Comissão Europeia, prevê a integração da PAC num Orçamento Único onde se incluem também os fundos regionais e de coesão.

O Plano de longo prazo do orçamento comunitário global, que engloba o período de 2028-2034, apresenta um orçamento global de dois biliões de euros, em que 302 mil milhões estão destinados à Agricultura, dois mil milhões às pescas e 131 mil milhões de euros para a área da defesa e espaço. 

Para a AJAP- Associação dos Jovens Agricultores de Portugal esta reformulação do orçamento comunitário para o sector Agrícola, apresentado ontem em Bruxelas,  é “uma machada no investimento na Agricultura europeia, com consequências perigosas para a Agricultura Portuguesa”, segundo comunicado enviado à redação do Magazine Estado com Arte. A AJAP “condena veementemente a proposta da reforma da Política Agrícola Comum (PAC) pós-2027, apresentada pela Comissão Europeia, e que prevê a integração da PAC num Orçamento Único, onde se incluem também os fundos regionais e de coesão.

A proposta, que transfere para os Estados-membros (Governos nacionais) a responsabilidade da gestão dos fundos da PAC, põe em causa o apoio direto aos agricultores, já que estão previstos cortes de 20%, reduzindo as verbas destinadas ao setor agrícola.

Em comparação com os últimos orçamentos da PAC (2020, 482,5 mil milhões; 2027, 395 mil milhões)  percebe-se o desinvestimento desta nova proposta, que diz a AJAP “não privilegia a Agricultura (um corte de 20%, abaixo do valor atual do Quadro Financeiro Plurianual), colocando em causa a vitalidade e desenvolvimento do setor, com particular ênfase na revitalização dos territórios rurais e graves consequências no rejuvenescimento do setor.”

Por este motivo, a AJAP defende que a Coesão e Agricultura “devem ser fundos autónomos, com financiamento adequado e justo, o invés do que é proposto, nomeadamente cortes nos apoios e critérios de distribuição pouco claros e transparentes,” diz a nota de imprensa da AJAP.

A AJAP “condena veementemente a proposta da reforma da Política Agrícola Comum (PAC) pós-2027, apresentada pela Comissão Europeia, e que prevê a integração da PAC num Orçamento Único (onde se incluem também os fundos regionais e de coesão), revela em comunicado.

Os Agricultores europeus manifestaram-se ontem de tarde em Bruxelas contra a proposta da Comissão Europeia, que dilui a PAC num único orçamento, deixando aos governos nacionais a responsabilidade sobre a gestão e prioridade dos fundos.

Duro golpe na natureza da PAC

Esta nova arquitetura da PAC é, para a AJAP, uma ‘machadada’ na sua natureza fundadora. Desde 2000, a PAC tem funcionado com um sistema de dois pilares, separando os Pagamentos Diretos (o I Pilar) dos projetos de Desenvolvimento Rural (II Pilar), sendo estes últimos financiados por programas plurianuais com cofinanciamento.

A nova proposta orçamental da UE elimina o II Pilar, deixando  os Estados-membros as ações de desenvolvimento rural, como o apoio aos pequenos agricultores ou as medidas agroambientais. O que é “um duro golpe” nos objetivos de sustentabilidade e investimento que estão na base da PAC, sustentam os agricultores portugueses.

“Simplificar não é desinvestir, e esta proposta coloca em causa todo um esforço de décadas na agricultura europeia e também portuguesa”.  A Associação dos agricultores adianta ao Magazine Estado com Arte que “será também o princípio do fim do desenvolvimento rural, comprometendo todos os esforços das últimas décadas e agravando ainda mais o abandono do setor”, bem como a desertificação dos territórios rurais em toda a Europa.

Perante este cenário, a AJAP que “continuará ao lado dos agricultores portugueses”,  apela ao Ministério da Agricultura e Mar que defenda o setor em Bruxelas, impedindo “a delapidação que a Comissão Europeia se prepara para aprovar para o período 2028-2034.”

“Esta proposta está ferida de morte, ameaça a previsibilidade e os investimentos futuros de um setor que precisa de políticas claras e regras justas”. Condenam a  politica agrícola de Bruxelas que  “abandona por completo os Jovens Agricultores, o rejuvenescimento do setor e põe em causa o crescimento económico e sustentável dos territórios rurais e de Baixa Densidade, onde as dificuldades são muitas e diárias, num setor que precisa cada vez mais de ânimo e apoio”.

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