CULTURA E HUMANISMO. “O QUE HÁ DE BOM NA VIDA”

Susana Mexia, Professora de Filosofia

CULTURA E HUMANISMO, de Juan Luis Lorda, com a chancela da editora Encontro da Escrita, nesta segunda edição recentemente lançada, é uma leitura que nos envolve, acaricia e nos conduz ao imenso tesouro do cultivo do nosso espírito, sabendo que esta atitude não é somente um bem pessoal, mas um serviço que prestamos à sociedade.

«O interior de qualquer homem é um espaço de dimensões insondáveis. “Não haveria nos nossos dicionários palavras suficientes para exprimir aquilo que acontece durante um dia no espírito do homem”.
Mas não é possível abarcá-lo. Não só porque acontecem muitas coisas, mas também porque, em grande parte, o nosso interior nos é tão desconhecido como uma floresta inexplorada». Este espaço é a nossa mente. O mundo do espírito tem um vocabulário específico e também leis próprias e distintas das da matéria. E o objectivo do livro CULTURA E HUMANISMO, de Juan Luis Lorda é ajudar a cultivar o espírito, cultivar a alma.

A maturidade humana é fruto de um longo processo que afeta todos os estratos da personalidade. A nossa vida espiritual cresce com mais lentidão do que a vida biológica, o espírito humano precisa de ser despertado da sua letargia. Temos capacidade para pensar, mas necessitamos de um alimento especial que desperte o nosso espírito, o eduque e o alimente.

«Ao logo da história, nós, os seres humanos, acumulámos a experiência que nos serve para viver de modo humano. Esse depósito, fundamentalmente imaterial, é a “cultura”. É importante clarificar o termo, porque sem uma ideia medianamente clara do que é a cultura – ou seja, o cultivo do homem – não há educação».

Parece ter-se perdido o valor humanizador e pessoal da cultura.
“O esquecimento e até mesmo a rejeição da sabedoria foi tão longe que a grande maioria dos nossos intelectuais não têm sequer uma ideia vaga do significado desta palavra. Por isso é tão importante manter vivo e sentido humanizador e pessoal da cultura. “Humanismo é isso”. Os que criaram a língua latina usaram adequadamente a palavra “humanidade” (…) para dizer o mesmo que os gregos chamam “paideia”, e nós erudição ou educação nas boas artes, nessas que sinceramente desejam e comprazem os que são sobremaneira humanos. É exatamente o que nos interessa. A cultura, no sentido humanista, compõe-se de todos os saberes teóricos e práticos que permitem ao homem humanizar-se e viver dignamente como um ser humano. Ser homem implica aprendizagem; não é fruto de uma casualidade: o corpo cresce, mas o espírito cultiva-se:” não se nasce feito; a pessoa vai-se aperfeiçoando cada dia, à força de praticar as artes humanas”, estas são como que a musculatura da alma. Nela se joga a qualidade das pessoas humanas; nela se joga a sua relação com a verdade, a beleza, o bem, a justiça e o amor.»

“CULTURA E HUMANISMO”, de Juan Luis Lorda, com a chancela da editora Encontro da Escrita, nesta segunda edição recentemente lançada, é uma leitura que nos envolve, acaricia e nos conduz ao imenso tesouro do cultivo do nosso espírito, sabendo que esta atitude não é somente um bem pessoal, mas um serviço que prestamos à sociedade, ao todo em que estamos inseridos, pois nenhum de nós é uma ilha isolada, mas vivemos, crescemos e nos movemos numa atmosfera complexa de interdependência, de partilha e de ajuda na construção dum bem comum equilibrado, harmonioso e cada dia mais humano no sentido integral e amplo do termo.

 

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