Laborinho Lúcio. Perdemos um Homem bom. Um Homem raro.

Sónia Ramos, Ex-Deputada do PSD, Autarca em Estremoz

Morreu Álvaro Laborinho Lúcio (1941-2025), aos 83 anos. Uma referência da justiça portuguesa. Um pensador. Ético e Humilde. Um Homem raro. Um Príncipe.

Antigo Ministro da Justiça de Cavaco Silva, juiz conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça, foi Procurador da República junto do Tribunal da Relação de Coimbra, inspetor do Ministério Público, Procurador-Geral-Adjunto da República, diretor da Escola da Polícia Judiciária e do Centro de Estudos Judiciários.

Foi ainda Secretário de Estado da Administração Judiciária e Ministro da República para os Açores, em 2003, durante a Presidência de Jorge Sampaio. Mais recentemente, integrou a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa, conhecido que é o seu contributo para a defesa dos direitos das crianças, centrada numa “justiça educativa, não punitiva, centrada na reinserção, responsabilização e proteção dos menores”.

Como cidadão preocupado e interventivo que era, foi membro, entre outras, de associações como a APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima e a CRESCER-SER, de que é sócio fundador.

Sónia Ramos, ex-Deputada do PSD presta tributo ao antigo Ministro da Justiça de Cavaco Silva

Foi condecorado em 2005 pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo e agraciado pelo Rei de Espanha com a Grã-Cruz da Ordem de D. Raimundo de Peñaforte, pela ação como ministro da Justiça no âmbito da União Europeia.

Laborinho Lúcio escreveu vários livros como: A Justiça e os Justos (1999), Palácio da Justiça (2007), Educação, Arte e Cidadania (2008), O Julgamento – Uma Narrativa Crítica da Justiça (2012), Levante-se o Véu (2011) e os romances O Chamador (2014), O Homem Que Escrevia Azulejos (2016) e O Beco da Liberdade (2019) e A Vida na Selva (2024).

Um erudito. Mas era a Humanidade que o habitava que o distinguia. A verdadeira preocupação com as pessoas, com os deveres de cidadania e desenvolvimento humano. E a forma como entendia que a Educação e a Escola, deveriam envolver o cidadão comum na construção da ideação do Humano.
Perdemos um Homem bom. Um Homem raro.

Seja Apoiante

O Estado com Arte Magazine é uma publicação on-line que vive do apoio dos seus leitores. Se gostou deste artigo dê o seu donativo aqui:

PT50 0035 0183 0005 6967 3007 2

Partilhar

Talvez goste de..

Apoie o Jornalismo Independente

Pelo rigor e verdade Jornalistica