“A fractura” é o tema da próxima sessão do ciclo “ 50 anos do 25 de Novembro”, que vai decorrer hoje no Palácio da Independência, em Lisboa com o painel de oradores José Ribeiro e Castro, Carlos Magno, José Luís Ramos Pinheiro, Maria João Avillez e Nuno Rogeiro, com a moderação da jornalista Raquel Abecasis.
O chamado Verão quente, período característico do processo revolucionário posterior ao 25 de Abril, começou em Maio, no confronto entre PCP e PS, assinado no 1.º de Maio de 1975.
Mário Soares, que acabara de vencer as eleições constituintes com mais do triplo dos votos dos comunistas, vê-se barrado, junto com outros dirigentes socialistas, de ter acesso ao Estádio 1.º de Maio, pela obstrução de militantes comunistas, membros da Intersindical e militares revolucionários do MFA. Na tribuna do Estádio, pontificavam Costa Gomes, Vasco Gonçalves e Álvaro Cunhal, que discursaram, ignorando a exclusão do líder socialista, conta Joao Soares na última sessão.
“Este acontecimento marcaria todo o período seguinte, com sucessivas fracturas em diferentes áreas sócio-políticas e esta divisão: de um lado, democracia e pluralismo, liderados pelo PS e Mário Soares; do outro, o desvio totalitário conduzido por PCP, CGTP, a ala revolucionária do MFA e a extrema-esquerda,” recorda.
A sessão anterior do ciclo sobre o verão quente de 1975 até ao 25 de novembro de 1975 contou com a participação especial de João Soares e de Nuno Pena, que partilharam testemunhos pessoais e conhecimentos próprios sobre factos que marcaram este intenso período de Maio a Agosto de 1975.
A presença de João Soares assume particular relevância pelo testemunho direto e pela ligação familiar a um dos protagonistas centrais da consolidação da democracia em Portugal, o Dr. Mário Soares, sendo testemunha do referido choque no Estádio 1.º de Maio, do caso República, do grandioso comício da Alameda, em meados de Junho, e do aparecimento do Grupo dos Nove, face moderada do MFA.
Nuno Pena , advogado, filho de Rui Pena, também advogado, que foi ministro da Reforma Administrativa e ministro da Defesa Nacional em governos constitucionais, intervirá para partilhar a história de seu pai: sendo dirigente do CDS, foi arbitrariamente preso pelo COPCON em meados de Maios de 1975, tendo sido maltratado e mantido em isolamento, antes de ser libertado sempre sem qualquer acusação deduzida. Mais um de entre as centenas de presos do PREC.
“A fractura” é o tema da próxima sessão do ciclo “50 anos do 25 de Novembro”, que terá lugar hoje no Palácio da Independência, em Lisboa.
A sessão de hoje terá a jornalista Raquel Abecasis como moderadora, contando ainda com o painel residente do ciclo, composto nesta sessão por José Ribeiro e Castro, Carlos Magno, José Luís Ramos Pinheiro, Maria João Avillez e Nuno Rogeiro.
Promovido pela Sociedade Histórica da Independência de Portugal, o ciclo com o subtítulo “Desvios, confrontos, percalços da Revolução e o triunfo da Democracia”, percorre as diferentes fases do processo revolucionário posterior ao 25 de Abril, desde julho de 1974 até ao 25 de novembro de 1975.
A iniciativa, iniciada em 15 de outubro, decorre ao longo de sete encontros, até 26 de novembro e contará com convidados de reconhecido prestígio, selecionados pelo seu conhecimento e experiência nos períodos históricos em análise.
As sessões são públicas, mas de acesso por convite, devido às limitações da sala. Os convites podem ser solicitados através do email:
ship.direccao@sociedadehistorica.pt
Haverá transmissão online em directo, via streaming, nas seguintes plataformas:
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As proximas sessões começam às 15:30 horas, no seguinte calendário:
15 de outubro de 2025: Primeiros abalos. julho de 74 a out.74.
12 de novembro de 2025: A fractura. Verão Quente | maio de 75 –a agosto de 75.


