Aiiiiii Açores

Alexandra Tavares de Moura, Ex-deputada e secretária nacional das MS-ID (mulheres socialistas – igualdade e direitos)

Se o Secretário Geral do PS, Pedro Nuno Santos, afirma que não fará coligação com a AD, qual será a percepção dos eleitores do PS se o PS Açores permitir que a AD governe?

Já ouvi de tudo. Esperava-se a maioria da AD, previa-se que o CHEGA iria eleger 10 deputados, mas acabou ficando pela eleição de 5, mesmo após o esforço diário de campanha com seu “one man show”.

Independentemente de gostar-se ou não, é inegável que desempenhou bem esse papel. Agora, o que importa é o dia seguinte.

A AD ganhou com 42,08%, conquistando 26 deputadas/os, seguida pelo PS com 35,91% (23 deputadas/os), CHEGA com 9,19% (5 deputadas/os), BE com 2,54% (1 deputado/a), IL com 2,15% (1 deputada/o) e PCP-PEV com 1,65% (1 deputada/o) (dados da SGMAI – Secretaria Geral).

A pergunta que se coloca diante desses resultados é: o que deve fazer o Partido Socialista dos Açores? Com 35,91% dos votos, pela primeira vez desde 1996, o PS não vence as eleições nos Açores e os resultados não permitem que a coligação aprove seu programa de governo sem um acordo.

Das duas, uma: ou o PS percebe que precisa garantir a abstenção na apresentação do programa da AD. Isso, como se sabe, significará ceder uma secretaria geral ao CHEGA como já exigiu Ventura, o que fortalecerá o CHEGA em detrimento do PSD, sempre com a intenção de minar seu principal adversário: o PS!

No entanto, o drama maior é a consequência dessa situação nas eleições legislativas de 10 de março. Se o Secretário Geral do PS, Pedro Nuno Santos, afirma que não fará coligação com a AD, qual será a percepção dos eleitores do PS se o PS Açores permitir que a AD governe?
Parece claro que o ideal para as legislativas de 10 de março seria forçar a AD a se coligar com o CHEGA. Isso permitiria usar o argumento de que a AD fará uma coligação com o CHEGA, o que, como se sabe, dará vantagem ao PS.

Em resumo, o PS Açores precisa escolher se aposta em si próprio ou no PS nacional, mesmo que isso signifique uma queda abrupta nos seus resultados futuros, e a incerteza do seu futuro.

Não é uma decisão fácil. Até porque, apesar da ‘autonomia’, há valores mais elevados em jogo. Resta-nos apenas esperar para ver quem ganha

… Esperemos que seja a Democracia!

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