Paridade sem imposições

Cecilia Carmo, Deputada Municipal em Cascais

A paridade de género na política em Portugal tem sido uma questão em foco, com esforços contínuos para alcançar uma representação mais equilibrada no parlamento. Isso evidencia a importância de continuar a aprimorar a legislação para garantir a participação significativa das mulheres na política e promover a igualdade de género no cenário político.

O balanço final desta sessão legislativa é muito claro nos números: 84 mulheres para 146 homens no parlamento português. Este desequilíbrio aparenta ser um retrocesso na busca pela paridade de género na representação política.

Tanto mais que a saída de algumas mulheres deputadas corresponde à entrada do mesmo número, mas de homens.

Seria prudente considerar a necessidade de realizar ajustes na legislação para garantir a efetiva participação das mulheres na política, promovendo medidas que incentivem a equidade e a diversidade de género no cenário parlamentar. No entanto, considero que não devemos fechar os olhos e escolher as pessoas apenas pelo género. Defendo e defenderei a meritocracia. As escolhas devem ser feitas pela competência e não apenas porque se é homem ou mulher.

A paridade de género na política em Portugal tem sido uma questão em foco, com esforços contínuos para alcançar uma representação mais equilibrada no parlamento. Isso evidencia a importância de continuar a aprimorar a legislação para garantir a participação significativa das mulheres na política e promover a igualdade de género no cenário político.

Temos vindo a observar um aumento gradual da representação feminina em diferentes órgãos políticos, como o Parlamento e os governos locais. No entanto, a paridade completa ainda não foi alcançada em muitos desses cenários.

Enquanto algumas vozes aplaudem os progressos feitos, outras apontam que a paridade de género na política portuguesa ainda enfrenta desafios. Alguns críticos argumentam que a legislação da paridade não é suficiente para criar uma mudança cultural duradoura e que mais esforços são necessários para superar as barreiras que podem estar a impedir a plena participação das mulheres na esfera política.

Considero que a busca pela paridade de género na política em Portugal é um processo em andamento. Requer um compromisso constante com a igualdade, educação, sensibilização e medidas eficazes para promover a inclusão e a representação justa de todas as vozes na tomada de decisões políticas.

Por isso, este processo não pode acontecer dissociado de outras questões fundamentais: a paridade deve ser fomentada em todas as áreas da nossa sociedade.

Devemos falar de pessoas certas para os cargos e lugares certos e não de homens ou mulheres com o perfil indicado para exercer as suas funções em determinadas áreas da sociedade.

Paridade deve estar intimamente relacionada com igualdade, seja ela social, financeira, cultural, de género, de oportunidades, de educação!

Mais do que acrescentar, modificar ou criar mais legislação é fundamental mudar mentalidades. Despertar consciências e encarar o papel das mulheres na sociedade como igual ao dos homens, mesmo com tudo o que uns e outros têm de diferentes.

Não podemos incluir nas estruturas e organizações homens ou mulheres apenas porque o são, sem avaliar as suas capacidades, os seus perfis, as suas apetências.

É tudo uma questão de mérito. Na política também.

E em Portugal há muitas mulheres que querem ser chamadas, pelas suas competências, sem termos de recorrer aos números para as incluir.

Assim queiram as pessoas que decidem.

*Membro da Comissão Política Nacional do CDS

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