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Os primeiros e melhores amigos

Sofia Cunha Pereira é psicóloga educacional

Tenho dois irmãos incríveis, que são o meu porto seguro: sempre que mais precisei, estiveram sempre lá. E agora, já adultos, a nossa relação ganhou um sentido ainda mais especial com o nascimento dos nossos filhos. Ser tia é um sentimento único! E ver a relação dos meus irmãos com os meus filhos enche-me o coração. Hoje, somos mais unidos que nunca e temos um orgulho gigante pela família que somos, temos e construímos.

Tenho a sorte de ter dois irmãos e começo por agradecer-lhes tudo o que sou, porque a verdade é que não sei o que seria de mim sem eles. E que importante é o dia 31 de maio que está a chegar, para poder celebrar o dia dos meus primeiros e melhores amigos! Feliz Dia dos Irmãos!

Partilhamos sangue, os pais, laços e história, cumplicidades de uma vida. Colecionamos memórias de brincadeiras, aventuras, momentos e experiências juntos, mas também zangas e discussões, porque a convivência, por vezes, também pode gerar alguns conflitos. E ser a mais velha e a única mulher teve os seus desafios.

Somos intrometidos na vida uns dos outros, às vezes demais. Os maiores críticos uns dos outros, mas a nossa intimidade assim o permite. Somos confidentes, cúmplices, e sabemos que podemos contar uns com os outros.

Tenho dois irmãos incríveis, que são o meu porto seguro: sempre que mais precisei, estiveram sempre lá. E agora, já adultos, a nossa relação ganhou um sentido ainda mais especial com o nascimento dos nossos filhos. Ser tia é um sentimento único! E ver a relação dos meus irmãos com os meus filhos enche-me o coração. Hoje, somos mais unidos que nunca e temos um orgulho gigante pela família que somos, temos e construímos.

Eu construí uma família grande, como sempre sonhei. Tenho cinco filhos. Os meus filhos têm idades muito próximas, tive cinco filhos, em menos de quatro anos – matematicamente impossível, verdade; mas quatro deles vieram aos pares. O dia-a-dia lá em casa nem sempre é fácil, mas é sempre uma festa. Barulho de manhã à noite, muitas correrias, brincadeiras, asneiras, algumas discussões, lutas e disparates, muitos risos e abraços.

Faz parte a disputa diária pelo colo da mãe, pelo brinquedo que “é meu”, as chamadas de atenção, o atropelamento para ser o primeiro a falar, as queixinhas… Há bastantes conflitos e sei que há dias em que têm vontade de ficar longe uns dos outros – verbalizam eles próprios algumas vezes –, mas o amor de irmãos supera tudo. É amor verdadeiro.

Confesso que há poucas coisas que me deixem mais triste do que os ver zangados uns com os outros ou a discutir, mas a verdade é que é sempre passageiro. Chego a ficar impressionada com capacidade e a rapidez com que resolvem as suas desavenças: do nada, resolvem a zanga que minutos antes parecia o fim do mundo; e ficam a brincar juntos, aos beijinhos e aos abraços, como se nada se tivesse passado. Vê-los tornarem-se grandes amigos, deixa-me derretida.

Dividem alegrias e preocupações e, se alguém se mete com um deles, o outro sai sempre em defesa do irmão, mesmo que não tenha razão. Conhecem as fragilidades uns dos outros, defendem-se e protegem-se como um verdadeiro clã. São os primeiros a aparecer quando um deles mais precisa.

Sei que tudo o que agora vivem lhes vai dar aprendizagens para a vida… Na partilha, no respeito, na resolução de conflitos, negociação e empatia – vão ser uns craques.

Acho que estão numa fase em que ainda não percebem bem os sortudos que são por serem tantos e terem-se uns aos outros; mas, enquanto cá estiver, farei questão de lembrá-los, como, aliás, o faço várias vezes! Sei que lhes dei o melhor que se pode dar a um filho: irmãos.

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