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WOODSTOCK. UMA EXPOSIÇÃO AQUARIANA: “3 DIAS DE PAZ E MÚSICA”

Susana Mexia

O festival de Woodstock foi um evento musical que ocorreu no verão de 1969, ao longo de três dias intensos, entre 15 e 18 de agosto, em Bethel, pequena cidade do estado de New York, nos Estados Unidos.
Foi a culminação das expressões de massa dos movimentos político-culturais dos anos de 1960, conhecidos pelo conceito de “contracultura”.

Woodstock contou com a participação de dezenas de bandas de rock ao longo de três dias, não obstante o clima não ter sido favorável e ter chovido muito. Foi uma revolução pacifista, mas não silenciosa nem única, pois inúmeros influenciadores da época adoptaram este modelo, com destaque para John Lennon e Jimmy Hendrix, entre tantos outros que se lhe seguiram, levando a todo o mundo o gosto e a paixão pelos festivais e concertos ao ar livre, que ainda hoje perduram década após década, atraindo “jovens” de todas as idades.

Recordemos que após a II Guerra Mundial se deu um grande desenvolvimento tecnológico no modo de vida americana, o qual se alargou a todo o mundo ocidental, foi a chamada “era dos eletrodomésticos”, com muito optimismo social ligado ao consumismo, ao avanço tecnológico com a ida à Lua e os infinitos testes de bombas nucleares que conturbaram a sociedade e modificaram a forma de encarar o futuro.

A contracultura foi uma contestação dos jovens ao clima de rivalidade fomentado pela Guerra Fria e também à Guerra do Vietnam. As formas de protestos deste período eram a música, sobretudo o rock’n’roll, as drogas, principalmente as sintéticas, como o LSD e a mescalina, influenciados pelo movimento hippie, que defendia o amor, a liberdade e a paz.
Foi um tempo de efervescência inédita, com o questionamento dos costumes, da política, da arte e da religião estabelecida, do advento dos contraceptivos em pílulas, da influência de religiões orientais como o budismo e o hinduísmo no Ocidente, da eclosão do movimento negro, feminista e homossexual.

Este encontro festivo e rebelde de quase meio milhão de jovens num clima de exaltação das liberdades, foi idealizado por quatro jovens que queriam investir o seu dinheiro num grande evento. Foi um projecto arriscado, porém o festival tornou-se um símbolo da contracultura e a maior concentração de pessoas naquela época, de forma improvisada e solidária.
Embora tenha sido reconhecidamente pacífico, dado o número de pessoas e as condições envolvidas, houve duas fatalidades, uma overdose de heroína, um atropelamento por um trator, dois partos, um dentro de um carro preso no congestionamento, outro num helicóptero, e quatro abortos.
Este movimento permaneceu forte, revolucionou gerações inteiras e deixou marcas noutros movimentos que hoje ainda perduram: o ambientalismo, a igualdade de géneros, o pacifismo, o conhecimento por parte da sociedade ocidental, de religiões como o hinduísmo e o budismo, que passaram a ser introduzidas sob a forma de ioga, meditação, alimentação e outros meios.

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