Crónica. Expo Osaka 25

Inês Montargil, Médica dentista

A Inês Montargil está no Japão a fazer uma viagem de comboio pelo país do sol nascente, de lá enviou esta crónica sobre a Exposição Mundial em Osaka ao Estado com Arte Magazine.

Tudo isto me fez recordar a nossa Expo 98 em Lisboa. Olhando agora para trás, e ao fim de quase 30 anos digo que a nossa foi fantástica. Quem não se lembra do nosso Oceanário?

Da Expo de Osaka, fica também a minha admiração por este povo — pela limpeza, pela higiene e pelo respeito ao outro. Nem um papel no chão, nem uma garrafa vazia num canto, e as casas de banho pareciam ser limpas a cada cinco minutos.

Quando decidi fazer esta viagem ao Japão, não tinha planeado visitar a Expo de Osaka, mas mudei rapidamente de ideia e alterei as datas em Kyoto e Osaka para não perder este evento.

Evento este que reúne mais de 160 países e organizações em pouco mais de 80 pavilhões únicos. O acesso à Expo foi muito fácil. No metro, estava tudo muito bem organizado, e do centro de Osaka até a Expo foi pouco mais de meia hora.

Assim que cheguei, tinha bilhete comprado em Portugal sem QR code, mas uma senhora, de forma delicada, educada e sempre com um sorriso, levou-me até a receção para me ajudar a consegui-lo, pois dava acesso a tudo.

E lá estava eu, dentro da Expo de Osaka. Dia de sol, muita gente, mas tudo muito bem organizado.

Primeira coisa a fazer? Pavilhão de Portugal.

 

 

A primeira parte do pavilhão apresentava a nossa cortiça, além de alguns elementos da nossa cultura — e, claro, não faltavam pequenas estátuas do CR7. Pastéis de nata à venda na entrada do pavilhão enchiam o ar com aquele aroma de saudade, tão nosso, tão típico. Na outra parte do pavilhão, o mar surgia como parte essencial da identidade portuguesa — o grande tema central.

 

 

 

A música que acompanhava o vídeo foi precisa, e as imagens, cuidadosamente escolhidas. O avançar das ondas, a água cristalina e a vida marinha preencheram intensamente aqueles minutos.

Depois de sair orgulhosa do nosso pavilhão dirigi-me ao dos Estados Unidos. Uma verdadeira e impressionante representação da inovação, criatividade e diversidade cultural norte-americana. A maioria das cidades foram apresentadas como lugares de formação aos jovens que desejam passar por lá.

Visitei também o pavilhão da Suíça — muito bem concebido, diferente e inovador, com a nossa querida Heidi como pano de fundo. Gostei do pavilhão da Holanda, Tailândia, passei pelo da Malásia, Áustria e China. Muitos destes pavilhões destacaram-se pela arquitetura inovadora, experiências cativantes e mensagens marcantes.

De todos, o meu de eleição foi sem dúvida o dos Estados Unidos.

Também fui aos pavilhões de divulgação do futuro, onde os meios tecnológicos tomaram conta.

Quem for lá, precisa reservar um horário. Eu não fiz a reserva on‑line porque desconhecia o procedimento, mas basta dirigir‑se ao balcão de informações e, de forma digital, efetua-se a reserva — há sempre alguém para ajudar.

Só é possível reservar um pavilhão de cada vez. Por isso, sugiro escolher antecipadamente quais pavilhões visitar.

A zona da restauração é muito típica deles. Vários restaurantes, mas com um conceito bem diferente do europeu.

Tudo isto me fez recordar a nossa Expo 98 em Lisboa. Olhando agora para trás, e ao fim de quase 30 anos digo que a nossa foi fantástica. Quem não se lembra do nosso Oceanário?

Da Expo de Osaka, fica também a minha admiração por este povo — pela limpeza, pela higiene e pelo respeito ao outro. Nem um papel no chão, nem uma garrafa vazia num canto, e as casas de banho pareciam ser limpas a cada cinco minutos.

Teria sugerido a presença de uma mascote no nosso pavilhão, tal como os Estados Unidos fizeram com a Spark — uma personagem que simboliza a imaginação e a criatividade. Foi uma estratégia de marketing bem pensada, concebida para guiar os visitantes pelas exposições do pavilhão, promovendo a inovação, a curiosidade, a alegria e a descoberta.

Parabéns à organização da Expo de Osaka! Quem for ao Japão não pode deixar de conhecer esta cidade, uma grande cidade, e visitar a Expo é obrigatório.

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