A confirmação da candidatura presidencial de Gouveia e Melo esta tarde à Radio Renascença “só surpreende pelo timing em que é realizada”, diz Silvia Mangerona, politóloga.
Recorda que o Almirante Gouveia e Melo afirmou, várias vezes, publicamente que” só comunicava, se seria ou não candidato a Presidente da República, depois das eleições legislativas”.
Silvia Mangerona admite que “podemos questionar sobre qual terá sido o motivo que levou Gouveia e Melo a confirmar a sua candidatura a 5 dias das eleições legislativas.”
Gouveia e Melo assume à Rádio Renascença que entra na corrida ao Palácio de Belém e, se for eleito, acredita que “pode contribuir de forma muito decisiva para a estruturação da política de médio e longo prazo, com uma visão estratégica, e para as reformas estruturais que há muitos anos estão por fazer na sociedade portuguesa”
Henrique Gouveia e Melo explica que a sua decisão evoluiu perante o agravamento da guerra na Ucrânia, da tensão na Europa e com a eleição de Donald Trump, mas diz que resulta igualmente de “alguma instabilidade interna que se tem prolongado. “A minha decisão é avançar com a candidatura à Presidência da República… Ela será anunciada formalmente no dia 29 de maio.”
Silvia Mangerona, politóloga, ao Estado com Arte Magazine diz que “será ainda um exercício de grande criatividade avançar com as razões que terão motivado Gouveia e Melo a confirmar, hoje, a sua candidatura.” No entender da docente de Ciência Política “talvez tenha contribuído o facto de já existir uma data e um local para a apresentação formal da candidatura e de intuir que a comunicação social iria avançar com a notícia.”

“De qualquer forma, em meu entender, continuar em silêncio até ao próximo dia 29 de maio – dia da apresentação da candidatura em Lisboa – teria sido mais coerente. O que afirmou hoje, há muito que deixou de ser uma novidade,” adianta Mangerona ao Estado com Arte Magazine.
A docente sublinha que “o que é novo e até, de alguma forma, surpreendente foi a opção de confirmar hoje em plena campanha para as legislativas”.
A dúvida sobre a candidatura de Gouveia e Melo deixou de existir, no entanto a politóloga acredita que “a manutenção do “tabu” teria capitalizado mais para a imagem do homem coerente que não se deixa influenciar.”


