Como se sabe, apoiei publicamente José Luís Carneiro na sua corrida à liderança do PS. Naturalmente, acolho com agrado a notícia da sua renovada disponibilidade. José Luís Carneiro possui uma sólida carreira que agrega a capacidade de reflexão política à académica, juntando a ambas um percurso exemplar em todas as funções governativas que já exerceu. Acredito na sua vontade de valorizar os portugueses e de ilustrar os valores socialistas da solidariedade democrática e, por isso, materializei o meu apoio à sua candidatura.
Há que assumir, com franqueza, que os últimos resultados eleitorais dificilmente poderiam ser piores para o Partido Socialista. No entanto, mais do que péssimos resultados para o PS, são resultados muito perigosos para a saúde democrática portuguesa.
Para além de todas as análises políticas feitas e a fazer, não devemos descurar um dado muito importante: na Europa e em muitas partes do mundo, há uma onda social e política que favorece o fenómeno populista da extrema-direita. Basta analisar a generalidade dos resultados das eleições parlamentares na Europa para perceber que, com oscilações que variam em grau, Portugal está na média dos resultados averbados pela extrema-direita.
O desaire eleitoral que sofremos, no entanto, não deve ser debitado, obviamente, apenas à conjuntura política internacional que vivemos. Estes resultados são também, como todos sabemos, o (ex)poente das decisões e opções da liderança agora demissionária, quer em matéria de campanha quer em matéria de projeto político para o partido e até de perfil de oposição assumido.
A primeira lição a tirar é a de que o Partido Socialista não pode ser entendido, na sua ação política, de forma redutora, no sentido de um partido circular e fechado sobre si mesmo. O PS foi sempre, desde a sua génese e logo na sua matriz, um partido interclassista e de largo espectro. Falar apenas para uma parte da população, como se de uma bolha se tratasse, inviabiliza o diálogo com todos e não se traduz numa prática política adequada.
Ainda é cedo para falarmos em novas lideranças para o PS. Os portugueses deram-nos claramente, nestas eleições, o mandato de evitar que a direita portuguesa derive para o populismo e para o extremo. Agora, é preciso assumir erros e, pela sua correção, assegurar a melhor transição possível para o partido, a nível estrutural e funcional.
Como se sabe, apoiei publicamente José Luís Carneiro na sua corrida à liderança do PS. Naturalmente, acolho com agrado a notícia da sua renovada disponibilidade. José Luís Carneiro possui uma sólida carreira que agrega a capacidade de reflexão política à académica, juntando a ambas um percurso exemplar em todas as funções governativas que já exerceu. Acredito na sua vontade de valorizar os portugueses e de ilustrar os valores socialistas da solidariedade democrática e, por isso, materializei o meu apoio à sua candidatura.
Agora é o tempo do diálogo e de nos prepararmos para voltarmos a ser alternativa. E sobretudo recuperarmos a proximidade com os portugueses. Sem medo da nossa história e da nossa identidade, é apenas através dessa abertura que redesenharemos o nosso futuro e o nosso projeto.