Paulo Amorim, Presidente da Direção da ANCEVE, revela que as exportações de vinho estavam a crescer no início de 2025, mas com a incerteza no comércio internacional causada pela política tarifária de Donald Trump, conjugada com o consumo de vinho em queda a nível global e com as campanhas anti-vinho, inverteram a tendência de crescimento vitivinícola.
O gestor vitivinícola aponta críticas ao Ministério da Agricultura, admite que o sector não foi auscultado quanto à exoneração do Conselho Directivo do Instituto da Vinha e do Vinho, nem tão pouco quanto à equipa eventualmente designada para lhe suceder, desconhece os motivos para a “decisão intempestiva” do Governo.
A ANCEVE, Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas, que celebra este ano o seu 50º aniversário, já solicitou uma reunião com carácter de urgência com a Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas, a fim de debater a situação actual do sector do vinho, as perspectivas dramáticas para a vindima que se avizinha e as medidas necessárias que é imperioso adoptar.
“Muitos viticultores deixaram as uvas por colher, ou por não conseguirem encontrar compradores ou pelo facto de o preço que lhes foi oferecido implicar um prejuízo demasiado avultado e não compensar o seu trabalho, após um ano de investimento nas vinhas,” diz Paulo Amorim, Presidente da Direção da ANCEVE, em nota à redação do Estado com Arte Magazine.
“A partir dessa vindima passamos a ter um sector diferente, mais crispado, menos unido e com muitos viticultores, produtores, comerciantes e exportadores a tentarem vender as suas empresas ou a ponderarem pura e simplesmente abandonar a actividade, por ser clara e insustentavelmente deficitária,” frisa o empresário.
A vindima de 2025 será “muito provavelmente ainda mais dramática do que a do ano passado”, segundo a mesma fonte, tal como as notificações aos viticultores por parte de compradores tradicionais, anunciando que não lhes ficarão este ano com as uvas.
Acresce que o Instituto da Vinha e do Vinho, uma Instituição fundamental para a fileira vitivinícola, encontra-se “numa situação de indefinição e paralisia”, em consequência da exoneração verbal do seu Conselho Directivo em Janeiro passado.
“Aliás estranhamente passados 6 meses ainda não formalizada pela tutela, que impacta muito negativamente um sector que sofre neste momento os efeitos gravíssimos de uma crise internacional com tendência a agravar-se nos próximos tempos,” refere o comunicado.
Paulo Amorim aponta críticas à tutela admite que o sector vitivinícola não foi auscultado quanto à exoneração do Conselho Directivo do IVV, tão pouco relativamente à equipa eventualmente designada para lhe suceder e desconhece os motivos para a decisão intempestiva do Governo.


