Paulo Amorim. Vindima de 2024 foi das mais dramáticas da história da vitivinicultura portuguesa

Estado com Arte Magazine

Paulo Amorim,  Presidente da Direção da ANCEVE, revela que as exportações de vinho estavam a crescer no início de 2025, mas com a incerteza no comércio internacional causada pela política tarifária de Donald Trump, conjugada com o consumo de vinho em queda a nível global e com as campanhas anti-vinho, inverteram a tendência de crescimento vitivinícola. 

O gestor vitivinícola aponta críticas ao Ministério da Agricultura, admite que o sector  não foi auscultado quanto à exoneração do Conselho Directivo do Instituto da Vinha e do Vinho, nem tão pouco quanto à equipa eventualmente designada para lhe suceder, desconhece os motivos para a “decisão intempestiva” do Governo.

A ANCEVE, Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas, que celebra este ano o seu 50º aniversário, já solicitou uma reunião com carácter de urgência com a Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas, a fim de debater a situação actual do sector do vinho, as perspectivas dramáticas para a vindima que se avizinha e as medidas necessárias que é imperioso adoptar.

“Muitos viticultores deixaram as uvas por colher, ou por não conseguirem encontrar compradores ou pelo facto de o preço que lhes foi oferecido implicar um prejuízo demasiado avultado e não compensar o seu trabalho, após um ano de investimento nas vinhas,” diz Paulo Amorim, Presidente da Direção da ANCEVE, em nota à redação do Estado com Arte Magazine.

“A partir dessa vindima passamos a ter um sector diferente, mais crispado, menos unido e com muitos viticultores, produtores, comerciantes e exportadores a tentarem vender as suas empresas ou a ponderarem pura e simplesmente abandonar a actividade, por ser clara e insustentavelmente deficitária,” frisa o empresário.

A vindima de 2025 será “muito provavelmente ainda mais dramática do que a do ano passado”, segundo a mesma fonte, tal como as notificações aos viticultores por parte de compradores tradicionais, anunciando que não lhes ficarão este ano com as uvas.

Acresce que o Instituto da Vinha e do Vinho, uma Instituição fundamental para a fileira vitivinícola, encontra-se “numa situação de indefinição e paralisia”, em consequência da exoneração verbal do seu Conselho Directivo em Janeiro passado.

“Aliás estranhamente passados 6 meses ainda não formalizada pela tutela, que impacta muito negativamente um sector que sofre neste momento os efeitos gravíssimos de uma crise internacional com tendência a agravar-se nos próximos tempos,” refere o comunicado.

Paulo Amorim aponta críticas à tutela admite que o sector vitivinícola não foi auscultado quanto à exoneração do Conselho Directivo do IVV, tão pouco relativamente à equipa eventualmente designada para lhe suceder e desconhece os motivos para a decisão intempestiva do Governo.

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