Rui Gonçalvez

DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL À SAÚDE MENTAL

Rui Gonçalves, Arquitecto

Cá por mim, não faço uma transacção bancária por internet, não encomendo uma filhós pela “uber eats”, os “bairros digitais” não têm uma encomenda minha, isto que aqui está foi escrito por mim e por nenhum chat GPT, porque continuo a ler e a escrever, enquanto muitos se deixam adoecer…, ah e continuo a ir à rua e a encontrar, a conviver e a dizer “bom dia” de viva voz aos amigos.

Inventaram o telemóvel e as pessoas deixaram de sair de casa para se procurarem e encontrarem. Inventaram o teletrabalho e as pessoas passaram a ficar em casa, deixaram de ir à rua e de conviver, porque não precisam. Também deixaram de ir ao banco tratar do dinheiro e de caminho encontrar outras pessoas, porque inventaram que tudo isso se faz na “net“.

Para fazerem reuniões, também inventaram as videoconferências e assim se eliminou o encontro pessoal, cada um fica no seu sítio e socializa consigo próprio. Inventaram a “uber eats” e as pessoas passaram a ficar em casa, também para comer, evitando ir ao restaurante e não encontram outras pessoas e socializam ainda menos. Agora até inventaram o “bairro digital”, em que também já não é preciso sair para ir fazer compras à loja da rua ao lado, dar uma volta para ver as montras, os conhecidos e os amigos, já nem isso é preciso e as pessoas isolam-se ainda mais.

E o caricato, é que os restaurantes e comerciantes em geral, ficaram felizes e contentes com a invenção destas “ferramentas” destruidoras da sociedade, que também lhes destroem o negócio, só que eles não percebem que a encomenda “on-line“, essa coisa que entrou no léxico e no dia a dia do cidadão comum, limita fortemente o consumo e as consequentes vendas, porque o produto que não aparece, esquece.

Também inventaram uns chats, os Ghat GPT, ou parecidos, que até fazem os textos às pessoas e o “autor” não precisa de saber escrever ou ler para aprender, porque o “chat” vai copiar e faz por ele.

Em suma, estamos perante o ciclo completo da estupidificação humana e da ignorância suprema, mas as pessoas aderem e rejubilam com o aparecimento das tais “ferramentas” que lhes roubam o convívio, a socialização e a sanidade mental, sem que deem conta.

Esta moda está a fazer adoecer as mentes das pessoas, que padecem de “depressões” e várias outras maleitas do foro psíquico, mas que não se dão conta e viva o “progresso” (disse… progresso?), pois, progresso.

E no fim de tudo isto, para completar o puzzle, agora, claro, já andam nas escolas a dar à miudagem umas aulas de “saúde mental” e fazem-se debates e palestras sobre “saúde mental”, pois evidentemente, pudera, vamos então recuperar, como se fosse possível, a nossa não, mas a vossa, “saúde mental”.

Cá por mim, não faço uma transacção bancária por internet, não encomendo uma filhós pela “uber eats”, os “bairros digitais” não têm uma encomenda minha, isto que aqui está foi escrito por mim e por nenhum

Chat GPT, porque continuo a ler e a escrever, enquanto muitos se deixam adoecer…, ah e continuo a ir à rua e a encontrar, a conviver e a dizer “bom dia” de viva voz aos amigos.

E sim, claro, quero que se lixe a agora tão badalada IA – Inteligência Artificial?? Qual Inteligência?

Sim, é isso, já sei que sou retrógrado, saloio, ultrapassado, etc…, força nisso, mas já me esquecia de vos dizer, isso mesmo, fiquem em casa, tranquem-se, mas olhem lá a saúde mental, há por aí muitas palestras sobre ela.

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