Rahul Onkon recebeu o Prémio Internacional MAC – Movimento Arte Contemporânea, no 32º aniversário de prémios desta instituição, que se dedica há décadas a apoiar artistas e a “promover um intercâmbio genuíno através da arte”, diz o pintor de aguarelas.
Um prémio que para o artista “é uma honra que vai muito além do reconhecimento — é como construir uma ponte entre mundos.” A exposição no MAC, em Lisboa, decorre até 28 de novembro.
Este prémio representa o “poder da arte de transcender fronteiras, idiomas e tradições”, assume Onkon. O Prémio Internacional MAC 2025 “reconhece uma jornada construída sobre curiosidade, emoção e um diálogo contínuo entre culturas”, admite o artista ao Estado com Arte Magazine, que atribui a Álvaro Lobato de Faria, uma curadoria criteriosa e com uma visão artística de valor.
Rahul trabalha no Hub criativo Ceres- Caldas da Rainha, considera que o trabalho que faz em vários lugares de Portugal, onde tem experiências artísticas “tornou-se parte essencial” na sua vida criativa. “Há uma força silenciosa neste lugar — a luz, o ritmo, a forma como as pessoas vivem rodeadas de arte.”
A cidade das Caldas, em particular, “tem uma atmosfera que convida à reflexão e à experimentação. É um espaço onde a tradição encontra a curiosidade, e esse equilíbrio mantém o meu trabalho vivo e em constante evolução”, sublinha Rahul.
Considera que Portugal tem um profundo respeito pela cultura e uma abertura, o que permite a que artistas de todo o mundo se sintam em casa. “Aprendi tanto com a paisagem e a história do país quanto com o seu povo — generoso, com os pés no chão e infinitamente criativo.”
“O que realmente me emociona é que este prémio do MAC – Movimento Arte Contemporânea, uma instituição que se dedica há décadas a nutrir artistas e a promover um intercâmbio genuíno através da arte. Fazer parte dessa história — e ter meu trabalho em aquarela reconhecido como parte dessa linguagem universal — é profundamente significativo,” comenta ao Magazine.
Para o autor de obras de aguarela “este reconhecimento reforça minha crença de que a pintura, em sua melhor forma, nos conecta através da emoção compartilhada e da reflexão silenciosa. É ao mesmo tempo gratificante e inspirador, e o recebo com gratidão — especialmente ao Dr. Álvaro Lobato de Faria.”
“Se eu pudesse compartilhar uma mensagem com jovens artistas, seria esta: mantenham-se fiéis à sua voz, mas nunca parem de explorar. Deixem que o ambiente ao seu redor os ensine. A arte não é apenas o que pintamos — é como vivemos, observamos e nos conectamos”, confessa o artista.
O MAC – Movimento Arte Contemporânea
No início dos anos 90, aparecia na cena artística de Lisboa um novo espaço cultural que abria portas no nº9/C, da Rua do Sol ao Rato. O MAC – Movimento Arte Contemporânea, ainda jovem instituição, sentiu a necessidade de proceder a uma reestruturação da orgânica cultural da cidade, respondendo com crescente eficácia e eficiência pedagógicas perante os públicos, em detrimento da componente comercial que à partida o caracterizava, para isso contando com o apoio de diversos parceiros, designadamente na salvaguarda e valorização de nomes e referências incontestáveis da cena artística portuguesa, no incentivo à criação e à divulgação culturais, na aposta pela educação e sensibilidade artísticas, promovendo a qualidade, permitindo sustentar uma alteração no acesso dos cidadãos à cultura e à formação do gosto.
Com o decorrer do tempo e graças à actividade permanente do MAC, foi possível conquistar um lugar dentro das Artes Plásticas e reunir em torno dos artistas.
A dimensão internacional começou a adquirir peso crescente no MAC – que desde a sua fundação desenvolve projectos em parceria com congéneres de outros países lusófonos (Angola, Cabo Verde, Brasil, Guiné, etc.) acolhendo artista oriundos destes países nos seus espaços, actividades e programação.
Uma das principais funções dos Prémios MAC traduz-se num particular apelo e co-responsabilização das grandes instituições com impacto a nível cultural, para o indispensável desenvolvimento de uma estratégia coerente, consistente e eficaz, com a obrigação de valorizar a diversidade das iniciativas que se desenvolvem na sociedade e, de igual modo, estimular formas de cooperação entre as diversas entidades que actuam na promoção e divulgação de eventos.
Numa centena de artista plásticos com os quais trabalham, são diversos os nomes sendo inúmeros os premiados: Martins Correia, Hilário Teixeira Lopes, Artur Bual, Alberto Gordillo, Aberto Cedron, João Duarte, Matilde Marçal, Luísa Nogueira, Figueiredo Sobral, ou mais recentemente, Roberto Chichorro, Maria João Franco e Nelson Dias que, entre tantos outros.


