Homenagem a Coronel Rocha Vieira ( 1939-2025) decorreu esta quarta-feira no encerramento do ciclo 50 anos do 25 de Novembro no Palácio da Independência, organizado pela Sociedade Histórica da Independência de Portugal.
“Sei que o General teria gostado muito deste nosso Ciclo sobre os 50 anos do 25 de Novembro e, se pudesse ter estado presente, não teria deixado de intervir”, diz José Ribeiro e Castro, advogado e Presidente da Sociedade de Independência Histórica ao Estado com Arte Magazine.
Vasco Joaquim Rocha Vieira, General do Exército Português, foi militar e político, que exerceu as funções de Ministro da República dos Açores e foi o último Governador de Macau. Publicou o livro «O 25 de Novembro e a Democratização Portuguesa» conjuntamente com António Barreto editado pela editora Gradiva, em 1916.
Sobre a personalidade de Rocha Vieira e a relação com as comemorações dos 50 anos do 25 de novembro organizado pela Sociedade Histórica da Independência de Portugal, Ribeiro e Castro comenta que “a verdade é que esteve sempre presente: inspirou-nos! Este é o primeiro agradecimento que lhe quero deixar: obrigado por ser uma pessoa capaz de inspirar. E não uma inspiração qualquer: a inspiração para os valores certos e para ideias e sentimentos que valem a pena. Obrigado.”
O General Vasco Rocha Vieira “é um dos grandes de Portugal”, segundo o advogado. “Não foi só o último governador de Macau, o que seria já suficientemente importante. Ele foi o último governador ultramarino de Portugal, o último a governar por Portugal em terras distantes, encerrando uma gesta portuguesa muito longa e por variadíssimas paragens, começada em 1415, na conquista de Ceuta,” sublinha o Presidente da Sociedade Histórica da Independência de Portugal sobre a homenagem a Rocha Vieira esta tarde no Palácio da Independência em Lisboa.
Vasco Rocha Vieira nasceu em Lagoa, distrito de Faro, em 1939. Foi chefe do Estado-maior Territorial Independente de Macau entre 1973 e 1974, ano em que volta a Portugal por causa do 25 de Abril. Tornou-se depois o chefe do Estado-Maior do Exército entre 1976 e 1978. Foi membro do Conselho da Revolução na altura em que Otelo Saraiva de Carvalho, um dos estrategas da Revolução dos Cravos, foi colocado na reserva compulsiva.
Rocha Vieira assumiu ainda o cargo de ministro da República nos Açores entre 1986 e 1991, antes de voltar a Macau entre 1991 e 1999 para ser governador do território português — o último antes de passar a estar sob a administração da China.
Cerca de dois anos depois, o tenente-general passou à reserva. Entre 2006 e 2016, foi chanceler do Conselho das Antigas Ordens Militares por indicação de Ramalho Eanes. Nesse ano, publicou o livro “O 25 de Novembro e a Democratização Portuguesa” em co-autoria com o sociólogo António Barreto.


