A Conferência Internacional “Futuros da Democracia”, a ter lugar no Instituto de Ciência Política da Universidade (IDEA) de Brasília, vai reunir de 8 a 10 de dezembro acadêmicos, líderes políticos, representantes de organizações internacionais e atores da sociedade civil para refletir sobre os desafios e oportunidades que a democracia enfrenta na América Latina e no mundo.
Em debate vai estar a segurança na América Latina e as Eleições presidenciais no Chile a 14 de dezembro.
Marcela Ríos Tobar, diretora regional do Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral (International IDEA) para a América Latina e o Caribe, vai estar presente para focar o tema da Conferência Internacional sobre o Futuro da Democracia: num contexto global marcado por tensões políticas, desigualdades persistentes e transformações tecnológicas aceleradas, a democracia enfrenta desafios sem precedentes.
A International IDEA, em conjunto com o Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília, organizou a conferência, que pretende ser um espaço de reflexão, análise e diálogo sobre os desafios contemporâneos e as perspectivas da democracia, com especial atenção para a América Latina sobre o Estado da democracia no Brasil.
O Brasil ocupa uma posição elevada em duas categorias (representação e participação) no quadro do Global State of Democracy (GSoD) e uma posição intermediária em direitos e Estado de Direito. Está entre os 25% dos países com melhorias em vários fatores em todas as categorias. Entre 2019 e 2024, o país registrou avanços nas liberdades civis, na independência judicial, na eficácia do parlamento e na sociedade civil.
Estado da democracia na região latino Americana
Nos últimos cinco anos, mais países das Américas tiveram uma deterioração em pelo menos um fator de desempenho democrático do que um avanço. A maior parte da deterioração ocorreu na categoria de representação. As maiores quedas nessas medidas ocorreram em casos de regressão democrática e colapso do Estado: El Salvador, Haiti, e Nicarágua. El Salvador e Nicarágua também têm duas das três maiores quedas na liberdade de imprensa na região.
Segurança e democracia.
Na América Latina, o crime organizado deixou de ser um problema limitado e tornou-se uma ameaça estrutural que corrói a democracia. Redes criminosas flexíveis e diversificadas — que vão além do tráfico de drogas — estão capturando políticas públicas, penetrando em economias ilegais que representam mais de 20% do PIB da região e governando territórios onde o Estado é fraco ou corrupto.
Violência política digital contra mulheres que participam da política. A violência política online baseada em gênero não afeta apenas as mulheres individualmente, mas também mina os princípios fundamentais da democracia. Ao visar mulheres que participam da política, sua capacidade de contribuir plenamente para o debate público e a tomada de decisões é limitada. Essa violência perpetua as desigualdades de gênero e reforça as barreiras que impedem as mulheres de alcançar a igualdade na representação política.
Eleições presidenciais no Chile – 14 de dezembro.
Durante o primeiro turno, em 16 de novembro, a International IDEA desempenhou um papel ativo no acompanhamento do processo eleitoral, participando da missão internacional organizada pelo Serviço Eleitoral do Chile (SERVEL), que reuniu representantes de órgãos eleitorais de dez países da América Latina e do Caribe, bem como funcionários da Organização dos Estados Americanos (OEA). Nações Unidas e outras instituições regionais e internacionais. Marcela Ríos Tobar estará no Chile durante as eleições.
O International IDEA contribui para o debate público sobre democracia e ajuda a fortalecer processos, reformas, instituições e atores que constroem, promovem e salvaguardam a democracia, com foco em processos eleitorais, construção constitucional, avaliação da democracia e participação e representação política. Gênero e inclusão, sensibilidade a conflitos e desenvolvimento sustentável estão integrados em todo o nosso trabalho.
O Instituto IDEA, uma organização intergovernamental com trinta e cinco Estados-membros, tem o mandato exclusivo de apoiar e promover a democracia em todo o mundo.


