Mutilando o 25 de Novembro, excepção feita à queda do Estado Novo, a esquerda restringe a data ao PREC, à tentativa da extrema-esquerda de implantar um regime totalitário em Portugal, às nacionalizações, à reforma agrária, às ocupações e às perseguições arbitrárias a pessoas, tantas vezes presas por delito de opinião.
Celebrar o 25 de Novembro é uma questão de memória histórica, sentido de justiça e de gratidão.
É isso que o CDS-PP faz em cerimónia pública na Amadora, todos os anos, sem excepção. Se o 25 de Abril trouxe a mudança do regime, foi o 25 de Novembro que instaurou o regime democrático.
Pessoalmente, tive também a iniciativa de propor a celebração da data em Vila Nova de Famalicão, por ocasião do 40° aniversário, de cuja assembleia municipal sou presidente.
Por esta ordem de razões o CDS-PP saúda a decisão do presidente Carlos Moedas, à frente de uma coligação que o partido integra, de promover a celebração futura da data e do seu significado, em Lisboa.
Escapa à racionalidade que hoje o PS se envergonhe do 25 de Novembro, tendo dele sido um dos protagonistas em 1975.
Celebrando apenas o 50° aniversário do 25 de Abril, mas mutilando o 25 de Novembro, a república celebra a mudança de regime, mas não a instauração da democracia.
Mutilando o 25 de Novembro, excepção feita à queda do Estado Novo, a esquerda restringe a data ao PREC, à tentativa da extrema-esquerda implantar um regime totalitário em Portugal, às nacionalizações, à reforma agrária, às ocupações e às perseguições arbitrárias a pessoas, tantas vezes presas por delito de opinião.
Invocar apenas o 25 de Abril é tomar opção por uma parte de um percurso, rejeitando num tempo político contínuo, o momento que lhe deu melhor sentido.
Esquecer o 25 de Novembro significa sacrificar o melhor do 25 de Abril, desvalorizar a democracia, reescrever a história, tratar com injustiça figuras maiores como Jaime Neves e Ramalho Eanes e os que arriscaram a vida e em alguns casos morreram, a lutar pelas nossas liberdades.


