Do Alentejo à Liberdade

Sónia Ramos, Deputada à Assembleia da República eleita pelo círculo de Évora

A liberdade chegou pela Revolução dos Cravos, também ao Alentejo. Não sem dores de crescimento, que ainda hoje sentimos. Num território sociologicamente marcado pela reforma agrária e pelas ocupações, ainda hoje rastreado por mágoas mútuas, a liberdade foi sendo construída devagar e a pulso. Resilientes, os Alentejanos ousaram a liberdade que ganhou forma no Monte do Sobral e se agigantou no país.

Comemorar os 50 anos do 25 de abril é um marco significativo da democracia portuguesa. É uma data histórica para todos nós.

A condição do indivíduo que possui o direito de fazer escolhas autonomamente, de acordo com a própria vontade, é o traço distintivo da Humanidade. Se constitucionalmente não restam dúvidas dessa condição, no concreto nem sempre assim é.

Quantas vezes nos sentimos condicionados. Pelas circunstâncias, pela opinião dos outros, pelos constrangimentos da vida.

Mas viver em liberdade é enfrentar o desafio da autossuficiência, do livre-arbítrio e da responsabilidade. Tomar decisões e responder por elas. Assumir o seu destino. Liberdade é o ato de efetuar escolhas sucessivas e muitas vezes permanentes.

A liberdade é informada e esclarecida. É por isso que a educação é uma condição indispensável à liberdade. Em democracia, a liberdade cumpre-se com conhecimento. É um processo muitas vezes lento e não isento de vicissitudes.

A liberdade chegou pela Revolução dos Cravos, também ao Alentejo. Não sem dores de crescimento, que ainda hoje sentimos. Num território sociologicamente marcado pela reforma agrária e pelas ocupações, ainda hoje rastreado por mágoas mútuas, a liberdade foi sendo construída devagar e a pulso.

Resilientes, os Alentejanos ousaram a liberdade que ganhou forma no Monte do Sobral e se agigantou no país.

Coragem nunca nos faltou, mas fomos os filhos menores da centralidade lisboeta e enteados do comunismo que nos cerceou tantas oportunidades, hoje difíceis de reconstituir.

Mas depois de quase cinco décadas de ilusões igualitaristas, o poder local foi-se libertando daqueles que usaram o poder com fins eleitoralistas, aprisionando o voto em troca de pequenas concessões e, verdadeiramente, coartando a liberdade e o futuro.

Hoje muitos já perceberam que o comunismo e o socialismo travaram o desenvolvimento dos territórios que tantos se viram na obrigação de abandonar, por sobrevivência.

E, nessa medida, ainda faltam tanto para concretizar as liberdades! Mas resistimos!

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