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Não Irão

Miriam Assor, Jornalista

O Irão, um regime totalitário que profana tratados internacionais associados aos direitos humanos, impõe e pratica a pena de morte, a muitas dezenas,  a manifestantes e prende estrangeiros para sacar proveitos políticos,  vai ter a cadeira central no Fórum Social do Conselho dos Direitos Humanos da ONU.

O Irão assume, hoje, quinta-feira 2 de novembro, a presidência do Fórum Social do Conselho dos Direitos Humanos da ONU.

A frase parece uma brincadeira. Não é. É verdade e devia ser mentira, aliás, tudo o que diz respeito a tal país, jamais, se a casa fosse decente, estaria, poderia, alguma vez, nesta vida e na outra, estar ligado, sequer por um fio leve, a direitos humanos. O Irão é perito em violá-los. Só desconhece esta realidade quem cegou da alma. Castigos corporais,  amputação de mãos, pernas, braços, o que for, estão previstos para casos de roubo, consumo de bebidas alcoólicas ou adultério.

O líder supremo, que só sai do cargo quando morrer, ayatollah Ali Khamenei, a mandar e a matar desde 1989, rodeia-se de irmãos ditatoriais, especialistas em detenções arbitrárias para calar a oposição, na repressão violenta em manifestações onde o povo iraniano, cada vez mais farto e castigado de tanto mal, exprime o seu profundo descontentamento pela inexistência de liberdade e democracia.

O Irão, um regime totalitário que profana tratados internacionais associados aos direitos humanos, impõe e pratica a pena de morte a muitas dezenas,  a manifestantes e prende estrangeiros para sacar proveitos políticos,  vai ter a cadeira central no Fórum Social do Conselho dos Direitos Humanos da ONU.

Os direitos das mulheres nem no escuro se enxergam; uma divorciada perde a custódia dos filhos, uma casada não obtém passaporte ou viaja para o estrangeiro sem autorização escrita do marido, a idade mínima para casar é 13 anos , mas se o pai consentir será antes.

Relembro: a ONU, mal soube que Narges Mohammadi ganhara, em Outubro, o Nobel da Paz, pediu que o Irão  libertasse  a defensora dos direitos humanos, condenada pelo seu combate pelos direitos humanos,  em Janeiro de 2022, a oito anos de cadeia e  70 chibatadas.  A justificação  do Nobel dispensa lupa: “Pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irão e pela sua luta para promover os direitos humanos e a liberdade para todos”.

As Nações Unidas sabem bem, muito bem, mais do que bem, que no Irão reina o absolutismo sangrento. Fecha uma pestana e escancara 10.  Mahsa Amini não teve vida para receber o prémio  Sakharov 2023. Foi  presa pela polícia a 13 de Setembro do ano passado por uso indevido do véu islâmico e morta, assassinada, massacrada.

O Secretário- geral da ONU, ultimamente tanto chocado, não se choca com o que merece choque; um país sem direitos humanos e sem coluna vertebral de sociedade democrática no comando do Fórum Social do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, o Irão, patrocinador do assassinato de israelitas pelos terroristas do Hamas e o responsável pelas execuções e selvajaria do seu próprio povo.  Por menos, a Sociedade das Nações finou-se.

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