Paulo Portas entrou na campanha no comício da Aliança Democrática (AD), ontem à noite, nas Caldas da Rainha. Perante cerca de 2.500 pessoas deu razões aos indecisos para pensarem o seu voto.
O centrista diz que na campanha do PS “falhou” a tentativa de polarizar “o socialismo por um lado e o extremismo por outro”. “O maior erro do PS foi a escolha de um governo altamente perdedor”, esse é para Paulo Portas o maior receio do PS.
Destaca na narrativa do PS que “se a opção for o socialismo e extremismo isso queria dizer que em Portugal só haveria políticas extremadas ou políticas resignadas, mas que felizmente Portugal não é assim.”
Recorda a contradição de Pedro Nuno Santos na sequência de debates com Luís Montenegro sobre a viabilização de um governo da AD. “Como pode o centro votar em Pedro Nuno Santos quando ele muda de opinião dia sim, dia sim sobre a questão da governabilidade de Portugal”, pergunta Paulo Portas, aplaudido pelos militantes depois de risos.
Portas fala aos inclinados para votar no Chega, falando apenas no “tal partido extremista”, evitando sempre o nome do partido de extrema-direita. “Que sabemos deles? Que ameaçam fazer uma moção de rejeição contra a AD, ainda as pessoas não votaram. Ping. Depois, que suspendem a decisão de apresentar uma moção de rejeição. Pong. A seguir logo vejo, caso a caso”. Ping. E agora não governam porque eu não deixo, Pong”, disse.
O antigo líder do CDS-PP aos eleitores moderados, diz que “com Luís Montenegro não haverá extremistas no Governo, com Pedro Nuno Santos haverá extremistas no Governo, é uma grande diferença”, realçou.
Aponta os erros dos socialistas, recorda que esta campanha só aconteceu “porque o 1º ministro se demitiu” e identifica os problemas do PS: 6 meses depois do ano escolar há 40 mil alunos em Portugal sem professores a uma disciplina. “Se o PS não assume responsabilidade por este grau de imprevidência, têm de ser os portugueses a responsabilizar o PS pelo que não sabe prever, não planear e não sabe resolver.”
Destaca que 1,6 milhões de portugueses não têm médico de família. Mais 500 mil comparados com 2016, o 1º ano completo do mandato de António Costa. Aponta críticas às promessas da distribuição de médicos de família do PS desde 2015, “os factos mostram que o número cresceu 50% durante a governação socialista”, refere o antigo dirigente centrista.
“O principal problema do partido socialista é a realidade que deixa no país.” Considera que a palavra crise é a que melhor distingue da saúde à habitação, educação, mundo rural. A dívida pública melhorou, mas justifica que os socialistas “só acertam quando retificam”.
Portas acusa os socialistas de não poderem “defender o presente” e que por isso refugiam-se no passado que já passou há 10 anos no qual tem as maiores responsabilidades”, foi o PS que “faliu o país e chamou o sindicato dos credores, assinaram o memorando e deixou um déficit. Mas isso já não cola.”
O centro-direita só foi chamado a governar o país quando Portugal estava em risco financeiro grave ou na falência, a governação da coligação PSD/CDS de 2002 até 2005 foi durante “um processo por défice excessivo contra Portugal, quando existia um déficit quatro vezes maior do que o que estava escrito no orçamento”. Quanto a 2011-2015 governaram durante a intervenção externa, uma situação de protetorado, que foi chamada pelo PS. Explica que “a coligação PSD/CDS governou uma situação que não tinha criado”.
Conclui que a avaliação política do período difícil foi feita pelos portugueses em 2015, quando a AD ganhou as eleições sem maioria.
O comício contou com as presenças de Nuno Melo, Luís Montenegro, Telmo Faria, e os antigos dirigentes do CDS António Pires de Lima, Nuno Magalhães, Telmo Correia e Narana Coissoró, antigo deputado do CDS, com 92 anos de idade.