O Chega tornou-se a muleta do PS e o PS gosta.
A semana passada foi muito esclarecedora sobre os entendimentos parlamentares dos partidos com representação na Assembleia da República.
Chega e PS já não escondem a coligação negativa para não deixar governar o partido mais votado nas eleições do passado dia 10 de março.
O Chega, é já o partido do volta atrás. Manifesta uma posição e por vezes em segundos, toma a posição contrária, aliando-se ao PS.
Foi assim com a eleição do Presidente da Assembleia da República, em que deu o dito por não dito; na proposta do IRS que o PSD apresentou na Assembleia da República, passado meia hora, outra cambalhota, e depois com o Projeto de Resolução das Portagens, no dia seguinte, em que se uniu, pela terceira vez, ao PS.
Ora, se isto não é uma coligação dos partidos da oposição, o que será?
Será possível fazer política desta forma?
Em que o terceiro maior partido da oposição arrepia caminho a cada hora?
O Chega tornou-se a muleta do PS e o PS gosta.
Não só gosta, como fomenta.
Três semanas, três reviravoltas.