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Família: qual o sentido?

LUÍSA LOUREIRO, Analista

O Dia Internacional da Família é uma data comemorativa celebrada anualmente no dia 15 de Maio, alertando para a sua importância, ao mesmo tempo que impele a  políticas que possam beneficiar todas as famílias. Uma data criada pela Organização das Nações Unidas  (ONU), em 1993, e comemorada pela primeira vez em 1994.

A família é o grupo social mais básico presente na sociedade e que faz parte das relações humanas. É redundante e elementar recordar todas as referências à Família. Parece que nada mais há a acrescentar ao que já todos, sobejamente, sabemos de forma firme, credível e consensual. Porém, é sempre bom comemorar esta data que nos impele a recordar e salientar a importância da FAMÍLIA, o seu valor humano, afectivo, caloroso, acolhedor e único.

Há objetivos a destacar na família como sendo o núcleo vital para a sociedade. Podemos perguntar qual a missão da família, na sociedade, no trabalho e entre amigos? Quais são os meus propósitos que dão sentido à minha vida, nesta vertente?

Podemos começar pela fé. Temos menos gente que dá à vida um sentido transcendente. Faz muita falta não ter fé em algo, através de meditações, leituras, etc. Tudo isto ajuda a nossa caminhada não só na família como na sociedade. O testemunho é importante pois supera o egoísmo e assim entregamo-nos numa comunhão fraterna, atrativa e resplandecente, e isso sempre é uma luz que atrai. As palavras movem, os exemplos arrastam.

Nas relações familiares também podemos destacar a felicidade, que não é um sentimento, mas é um indício para se ser feliz. Não temos uma felicidade absoluta nesta terra. Há na família experiências que são sinais que se estão passando fora de ti. Por vezes precisamos destes sinais para crescermos e para sobreviver neste mundo. Nas relações familiares há que reforçar a mensagem de amor, de união e compreensão necessárias para um bom relacionamento de todos os elementos que compõem a família.

Não vale a pena partir para uma perspectiva negativa. Temos que aproveitar todos os momentos e enchê-los com conceitos da nossa experiência, dos nossos valores de maneira que os filhos e netos se apercebem daquilo que move a paz, o bom ambiente, a alegria e o amor. Embora correndo para o trabalho, para ir buscar o neto, para ir ao encontro com amigos, temos que ser capazes de ser família para o outro, ser capazes de acolher e ser acolhido, ser capazes de olhar para o outro com amor, apesar do lufa-lufa e do pouco tempo que tenho “para as minhas coisas “. É preciso alargar a tenda, criar espaço no nosso coração, deixando o nosso “eu” de lado.

Estas crises familiares já vêm de muitos anos atrás, piorando com o aparecimento do iPhone e aí começou a diminuir as relações pessoais e a aumentar o uso das redes sociais. A família também tem que estar atenta ao aumento dos movimentos ideológicos que são vistos como se fossem uma religião.

Há outros valores que impedem a estabilidade familiar; a carência na saúde, no acesso à aprendizagem, na habitação e no trabalho. Por mais graves que sejam as pressões que o meio cultural ou social exerça sobre a família, esta talvez consiga resistir e avançar na medida que saiba conservar viva a sua capacidade para dialogar.

A falta de diálogo e compreensão é um verdadeiro cancro que corrói a família, a partir do seu interior, porque o diálogo é o que alimenta ou “ rega “ o amor. No entanto, dialogar coloca exigências duras. Às vezes não falamos, mas sentimos; às vezes sorrimos, não significando que a vida não tenha problemas. 

Precisamos olhar as pessoas mais devagar. O verdadeiro amor vence sem ferir, sem humilhar e sem denegrir. Para bem de todos, vamos promover o conhecimento relacionado com as questões sociais, económicas, ambientais e demográficas que afetam as famílias nos seus direitos e responsabilidades.

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