Yotam Kreiman, Vice-Chefe de Missão da Embaixada de Israel em Portugal, comenta ao Estado com Arte Magazine a proposta de cessar-fogo apresentada pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Israel e o Hamas, na sexta-feira passada, a 31 de maio.
Israel quer o retorno dos 124 reféns, desarmar a organização terrorista Hamas e trazer de volta a segurança e proteção aos cidadãos israelitas. “Israel é a favor de um acordo de cessar fogo que significaria a devolução de todos os reféns e a deposição das armas pela organização terrorista Hamas,” diz Yotam Kreiman.
Sobre o cessar-fogo recorda que Israel deixou Gaza há 19 anos para se autogovernar, Kreiman adianta que numa altura em que o Hamas “organização terrorista assassina controla as terras que fazem fronteira com o Egipto pode-se presumir que os perigos não estão perdidos por nenhum dos lados.”
As famílias dos reféns não tiveram tempo de lamentar a perda de pais, mães e filhos, porque “estão presas na luta” para trazer de volta aqueles que ainda estão reféns do Hamas.
Israel tem 3 objetivos para os quais está conduzir os esforços diplomáticos, bem como outros: o retorno dos 124 reféns, desarmar a organização terrorista Hamas e trazer de volta a segurança e proteção aos cidadãos em Israel, que foram atacados nas suas próprias casas, e sequestrados das suas próprias camas.
Israel é a favor de um acordo que significaria a devolução de todos os reféns e a deposição das armas pela organização terrorista Hamas.
Que esperanças têm na diplomacia de países como Quatar e Egipto? Podem decidir o acordo?
Não posso dizer com certeza quais são os interesses investidos do Qatar e do Egipto, mas posso dizer que o Egipto controlou Gaza durante 19 anos, de 1948 a 1967, e recusou anexá-la totalmente, investir nela, desenvolvê-la ou declará-la território palestino ou um estado.
Israel deixou Gaza há 19 anos para se autogovernar. Agora que uma organização terrorista assassina controla as terras que fazem fronteira com o Egipto, pode-se presumir que os perigos não estão perdidos por nenhum dos lados.
Mantêm contacto com as famílias dos reféns, como estão neste momento?
As famílias foram desfeitas, algumas assassinadas com seus filhos, bebés e idosos, algumas divididas pelo assassinato de alguns e pelo sequestro de outros; algumas sobreviveram e estão apenas esperando o regresso dos entes queridos sequestrados do lar.
As famílias não tiveram tempo de lamentar a perda de pais, mães e filhos, porque estão presas na luta para trazer de volta aqueles que ainda estão reféns.
Pergunta-me como eles estão as famílias dos reféns– pergunte a si mesmo. Os terroristas levaram o seu pai, a sua mãe, o seu filho e a sua filha, e estão detidos durante mais de 8 meses sem comida, sem ar, numa cela num túnel, sem acesso aos medicamentos tão necessários, sem ver a Cruz Vermelha, sem saber se você mesmo está vivo ou morto. As meninas de 19 anos são estupradas diariamente, algumas possivelmente estão grávidas disso. Como você se sentiria?
E em Portugal mantêm contacto com as famílias?
Em Portugal vemos manifestações nas universidades a apoiar os actos horrendos dos terroristas, e ficamos “perplexos com isso – porque é que as pessoas que cresceram numa democracia, com direitos humanos, apoiariam o movimento terrorista islâmico radical que não defende os mesmos valores ?”