IMT e imposto de selo agrada maioria, mas metade dos portugueses não acredita que facilite compra da casa

Estado com Arte Magazine

Quase metade dos portugueses (44%) não acreditam que a isenção de IMT e Imposto de Selo seja suficiente para facilitar a compra de imóvel, considerando a entrada alta e/ou muito alta, segundo um inquérito da Imovendo,  consultora imobiliária, realizado a mais de 5000 inquiridos, entre proprietários e potenciais compradores, realizado entre 31 de maio e 7 de junho.

Ainda assim, a grande maioria dos portugueses está satisfeita com a nova medida do governo, que prevê isentar os jovens até 35 anos do pagamento de IMT e Imposto de Selo na compra da primeira casa.

Apesar de 54% dos inquiridos concordar com o financiamento a 100%, estes dividem-se nas razões que mais impactam a compra da primeira casa: 30,4% dizem ser o preço dos imóveis; em igual medida apontam os salários baixos; 8,9% responsabilizam a falta de poupança dos jovens; 7,1% culpam os empregos precários e, na mesma proporção, a falta de oferta imobiliária.

Quem respondeu a esta investigação acha que a dificuldade na compra do primeiro lar contribui para a emigração de jovens qualificados, que os bancos vão estar dispostos a conceder crédito habitação nestes moldes e que esta medida pode ter um impacto positivo na economia.

Uns representativos 39,6% apontam a variação no preço dos imóveis como uma preocupação relativamente a esta medida, ¼ menciona a sustentabilidade do programa, ¼ a capacidade de pagamento do crédito e 10,4% os critérios de elegibilidade.

Metade indica ainda que esta medida deveria ser alargada a todas as idades e não sente que vá existir particular impacto no número de habitações à venda, embora 58% creia que estas ficarão mais caras.

“Este estudo só veio reforçar, ainda mais, a posição da Imovendo de que a especulação imobiliária tem que ter um final, através da regulamentação de taxas fixas e justas para todos. Apesar de o Governo ter criado estas novas medidas, os questionados acreditam que as mesmas continuarão a ser escassas e insuficientes, face aos preços impraticáveis que podemos encontrar no mercado nacional nos últimos tempos”, conclui Miguel Mascarenhas, CEO da Imovendo.

Com a pergunta: Que outros incentivos acredita que o governo deveria implementar para facilitar a compra de casa?  As respostas foram no sentido de os apoios serem regressivos, de acordo com o aumento do rendimento anual e não deixar aumentar mais o preço das casas;  habitação a custos controlados, através de cooperativas de construção e habitação; isenção IMI e dedução de despesas no IRS; aproveitar os milhares de edifícios públicos abandonados; cedência de terrenos a cooperativas de habitação económica; abolição do IMI durante 24 meses. Os inquiridos querem ainda incentivos alargados a toda a população, isto porque “não são apenas os jovens que precisam de um teto”.

Consideram ainda ser uma medida que irá “encarecer rapidamente e exponencialmente os imóveis, substituir a garantia do estado por apoio reversível a taxa zero, face à necessidade de resolver a questão do valor absurdo dos imóveis”.

No estudo as respostas foram no sentido de que importa fiscalizar os investidores de imóveis e as imobiliárias, taxar os ganhos elevados das comissões das imobiliárias e criar nova legislação para todos os envolvidos na especulação imobiliária.

Segundo a Comissão Europeia, o preço das casas vai continuar a subir, o que constitui um problema para metade dos inquiridos, que continuam a considerar o preço dos imóveis o fator de decisão mais relevante.

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