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Afinal são mais duas vozes Liberais

Joana Cordeiro, Deputada da Iniciativa Liberal

Para a Iniciativa Liberal, estas eleições europeias representaram o fim de um ciclo de eleições consecutivas que se iniciou nas eleições europeias de 2019 – as primeiras em que apareceu no boletim de voto. Ao mesmo tempo, marcaram a presença da Iniciativa Liberal em todos os parlamentos.

No meu último artigo no Estado com Arte Magazine abordei as potenciais consequências das eleições para o Parlamento Europeu, face à nova composição deste órgão. Conhecidos os resultados, felizmente, ainda que com algumas variações, as famílias políticas pró-União Europeia – o Partido Popular Europeu (PPE), que inclui o PSD e o CDS; a Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu (S&D), que inclui o PS; e o Renew Europe (RE), que reúne os Liberais do ALDE, do qual a Iniciativa Liberal faz parte, e o partido do presidente francês Emmanuel Macron – mantiveram uma maioria suficiente para garantir o controlo das principais instituições europeias.

E, apesar da queda nos resultados dos “liberais” franceses e romenos, o Renew Europe terminou a noite como a terceira força política mais votada, embora depois ultrapassado pelos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) após a inclusão de novos eurodeputados. Neste momento, a composição das famílias políticas europeias ainda não está concluída, e o RE pode ultrapassar novamente o ECR.

Como já referi anteriormente, o que é importante realçar, é que por mais diferenças que existam entre estes três grupos políticos, o projeto europeu, enquanto espaço de liberdade, prosperidade e paz, só não avançará, em parte, se estas não se entenderem. Digo em parte, pois a governance da União Europeia é complexa.

No Conselho Europeu, onde estão presentes os chefes de estado ou de governo, ou no Conselho da União Europeia, onde estão presentes os ministros, a diversidade partidária e os interesses de cada país tornam a continuidade do projeto europeu uma incógnita. Adicionalmente, se das próximas eleições francesas sair um governo dirigido, mesmo que à distância, por Marine Le Pen, a União Europeia estará ameaçada.

Se é verdade que os resultados das diferentes famílias da direita eurocética, por um lado, antieuropeia, xenófoba e putinista, por outro, ficaram abaixo das expetativas, é, também, verdade que o resultado obtido em França, na Alemanha e em Itália devem fazer soar as sirenes de alarme.

É neste cenário que os liberais europeus se encontram, no de uma substituição gradual dos populismos de esquerda (em queda em toda a linha) pelos de direita, com o bloco dos partidos europeístas a resistir, mas com perdas para os liberais. A Iniciativa Liberal, no entanto, foi uma honrosa exceção, estreando-se no Parlamento Europeu com dois eurodeputados.

Aqui, permitam-me destacar a eleição do João Cotrim Figueiredo que, para além de levar para o Renew Europe a experiência de lidar com um dos mais longos governos socialistas e de ter contribuído, de forma decisiva, para o crescimento de um partido liberal em Portugal – país onde ainda há pouco tempo era uma ofensa chamar alguém de liberal – defenderá de forma inequívoca a liberdade económica, a reforma das instituições, a desburocratização europeia ou o alargamento. É este o caminho para devolver à Europa o seu caminho de paz e prosperidade.

É, também, por isto que a Iniciativa Liberal não concorda com a nomeação de António Costa para a presidência do Conselho Europeu. Não é possível defender a reforma da União Europeia e, em simultâneo, apoiar um ex-Primeiro-Ministro que, em 9 anos de governo, se notabilizou por não ter feito qualquer reforma, por ter deixado degradar todas as áreas em que o Estado está presente, ou por não ter conseguido estancar a saída dos nossos jovens para países que aplicam políticas… liberais.

Para a Iniciativa Liberal, estas eleições europeias representaram o fim de um ciclo de eleições consecutivas que se iniciou nas eleições europeias de 2019 – as primeiras em que apareceu no boletim de voto. Ao mesmo tempo, marcaram a presença da Iniciativa Liberal em todos os parlamentos.

O resultado histórico alcançado, mais de 9% dos votos e mais de 38.000 votos face às Legislativas de Março, num contexto em que todos os restantes partidos e coligações perderam votos, confirma um crescimento significativo e sustentado da Iniciativa Liberal, demonstrando que a qualidade das ideias, um bom candidato – que conhece os temas em discussão muito melhor que todos os outros – e uma estratégia de comunicação que aborda de forma clara e competente os assuntos que importam, resulta.

Diria, assim, que com uma presença crescente e cada vez mais influente, a Iniciativa Liberal reafirma o seu compromisso firme para com os valores liberais e de trabalhar, tanto para um Portugal Mais Liberal, como para uma União Europeia mais próspera, livre e unida, garantindo, sempre, que as políticas liberais permanecem no centro das decisões que moldam o futuro do nosso país e do nosso continente.

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