Kamala Harris. Mudança de estratégia dos democratas posiciona Kamala ao centro

Marta Roque

Na primeira entrevista de Kamala Harris ao canal CNN, a nomeada democrata para as eleições americanas de novembro, “apareceu sólida, sem ser uma oradora brilhante,” comenta Gonçalo Ribeiro Telles ao Estado com Arte Magazine.

Posiciona-se mais ao centro do que à esquerda, o que fica claro em várias partes da entrevista: quando vê com “agrado” republicanos na sua administração, no facto de falar mais na classe média do que nas minorias, na apresentação de um “recuo nítido” em relação a banir a extração de petróleo, devido ao combate às alterações climáticas estar melhor do que esperava e com maior comprometimento das empresas americanas.

Para Gonçalo Ribeiro Telles, consultor de comunicação e comentador da SIC Notícias, Kamala Harris fez uma defesa “bem conseguida” das políticos económicas de Joe Biden.

Kamala Harrris em entrevista à CNN questionada pela jornalista Dana Bash, a democrata “sem ser brilhante, não fugiu do guião”, assegura o especialista de política e comentador da SIC Notícias, Gonçalo Ribeiro Telles.

Em relação à economia, Kamala Harris fez uma defesa “bem conseguida” das políticas económicas de Joe Biden. “Foca-se muito na classe média, falou em criar uma economia de oportunidade muito ligada as famílias, no apoio aos filhos, aos recém nascidos, e no apoio à 1a habitação, onde quer procurar baixar os impostos aos americanos.

Gonçalo Ribeiro Telles defende que Kamala mantém o posicionamento, de centro esquerda, ao contrário de que preveriam outros analistas, algo que se constata ao longo da entrevista.

Gonçalo Ribeiro Teles, consultor de política, diz que Kamala Harris fez na 1a entrevista uma defesa “bem conseguida” das políticas económicas de Joe Biden.

Além de Kamala Harris não excluir a possibilidade de ter republicanos na sua administração, revela-se distante da esquerda woke quando se foca essencialmente nos problemas normais da classe média e não coloca nas suas prioridades imediatas as questões das minorias e de identidade.

Mudança de estratégia de campanha democrata

O consultor de comunicação e comentador político nunca defendeu a tese de que o partido democrata avançaria com um candidato da sua ala esquerda para as presidenciais. “A nível de apoios, era difícil conseguir doadores-chave com um posicionamento vincado à esquerda ou woke. É também por aí e pela sua carreira como procuradora que se percebe que Kamala não é nada disso.”

Esta mudança estratégica dos democratas poderá conseguir responder aos insultos da campanha de Trump de forma a captar eleitorado, segundo Gonçalo Ribeiro Telles.

Num artigo publicado recentemente no Expresso, o autor GRT, abordava isso mesmo e como dessa posição moralmente superior dos democratas, representada então pelo “when they go low, we go high” da Michelle Obama, assistíamos agora ao “When they Keep low, we punch harder and sharper.” Toda a estratégia democrata nesta fase dos republicanos “weird”  ( estranhos) e de viverem obcecados com questões de retrocesso civilizacional, perseguição a minorias e teorias da conspiração é representativa disso mesmo e bem iniciada pelo candidato a VP dos democratas, Tim Walz.

Efeito Kamala na campanha: vai dar vitória aos democratas?

Há dois meses, dava-se o partido democrata como condenado. Esta reviravolta “surpreendeu tudo e todos”. No entender do comentador, a elite democrata, casal Obama, casal Clinton e Pelosi, estiveram muito bem em pressionar Biden a sair. Os democratas conseguiram num tempo muito curto criar um efeito político à volta de Kamala.
A campanha é feita de fases, Kamala começa agora a falar cada vez das suas políticas. Com as sondagens taco a taco, os swing states vão decidir o resultado.
 Mas a vitória presidencial “não está garantida nem de um lado, nem do outro, apesar de colocar as minhas fichas na democrata,” assegura Gonçalo Ribeiro Telles.

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