Estreia a 10 de julho, no Teatro São Luiz, o espetáculo TROIANAS, de Séneca, encenação de Renata Portas e interpretação de Bárbara Bruno, Diogo Tormenta, Mariana de São Pedro Lamego, Maurícia Barreira Neves, Tiago Sines.
Dez anos de guerra entre duas civilizações: gregos e troianos. O encontro amoroso entre Helena e Páris leva à queda de Tróia, incendiada ao fim de dez anos de guerra. Os gregos exigem a morte de Astianax, filho de Heitor com Andrómaca. Hécuba é feita prisioneira. A história é conhecida. Entre mitos, desamores, reescritas dos historiadores, o que nos interessa em Troianas? E em Séneca?
A guerra nunca esteve ausente do mundo, mas nos últimos anos, de Kiev à Palestina, foram várias as convulsões e focos que escalaram. “O amor pela guerra, pela violência, a falta de gás, a ameaça da bomba. Do amor pela bomba, como diria o Dr. Strangelove de Kubrick. A guerra não é o espanto. O que nos interessa é o gesto bárbaro, violento e a sua raiz. Com Séneca, podemos interrogar de novo o lugar a que relegamos o Outro, esse desconhecido,” sublinha Renata Portas.
A companhia de Renata Portas, fundada em 2013, dedica-se a aprofundar a pesquisa teórica e cénica de Renata Portas, assente na morte, na ausência e na linguagem como matriz cénica.
Apresentaram várias criações como: Te deum – oratória a um deus desconhecido (Contagiarte, 2013); A Cena, de Valère Novarina (2014, co-produção TeCA/TNSJ); Dramatículos de Samuel Beckett (Co-produção TMP, 2021); Buraco Negro Ou Vórtice Amoroso Em Forma de Espinho (Zero Box Lodge, Renata Portas, 2019), Adramalech, de Valère Novarina (Rua das Gaivotas, 2022); Kung Fu, de Dieudonée Niangouna (ESAP, 2025); entre outros. Desenvolvem trabalho editorial e ensaístico.