A Arquitectura e os Sentidos
Há muito que nos habituámos a que o NATAL seja um tempo de correria e de desgaste, entre festas, prendas, compromissos familiares e a preparação da consoada. Parece-me que a palavra chave neste contexto é TEMPO.
Para nós e para quem nos rodeia. Nesta cruzada, entra a nossa casa e a decoração do ambiente natalício.
Há um celebre ditado em arquitetura “less is more”, que nos remete para a sobriedade do ambiente, fazendo brilhar aquilo que realmente é importante.
Feche os olhos e vá às suas memórias: o que realmente lembra com carinho dos Natais da infância?
Eu lembro-me do cheiro a arroz doce acabadinho de fazer pela minha avó e das suas mãos a decorar a travessa, posta no aparador da sala, onde eram reis os bombons de cor dourada e vermelha, lembro-me do cheiro das rabanadas e das filhoses dispostas artisticamente pela minha mãe em grandes pratos e taças de vidro, do cheiro a pinheiro, pinhas e azevinho do centro de mesa, rematado pela grande fita de seda vermelha, enfeite partilhado com os meus irmãos.
Olhe à sua volta e escolha aqueles objectos que realmente têm significado para si. Escolha um lugar para eles: imagine como se podem transformar em algo inesquecível, de carinho e de memória.

Compre o necessário para os tornar impares e partilhe a sua feitura com a família, relembrando as memórias da família, sejam os enfeites da árvore, o presépio, o centro da mesa, a feitura da mesa da consoada. Deixe a casa inundada de cheiros de Natal.
Nada ofuscante, tudo importante. Para a nossa casa brilhar, tudo tem de ter o seu lugar, o tamanho certo e o brilho correcto. Nem mais nem menos!
O Seu Natal e como o vê e faz, será a memória que outros terão de si nesta época!
Feliz Natal!


