Rui Gonçalvez

O Chega prestou um enorme serviço à Democracia

Rui Gonçalves, Arquiteto

Evidentemente que esta derrota da esquerda se deve à péssima governação do partido socialista de António Costa, que deixou o país literalmente de pantanas, com os serviços públicos num caos e o povo distrai-se, mas não dorme e acima de tudo não esquece e o resultado aí está, para bem da nação.

Em mais um ato eleitoral, importa realçar e festejar a hecatombe da esquerda, com a perda de mais de 40 deputados, o que constitui sempre uma boa notícia para o país. Perfeito, seria que essa descida não fosse  apenas à custa do PS, um partido da ala democrática, mas que significasse a porta de saída dos partidos totalitários, fundamentalistas, marxistas, apoiantes de regimes sanguinários, que nada têm de democráticos e se aproveitam da benevolência do regime para sobreviverem e continuarem no parlamento. Sim, estamos a falar do PCP, do Bloco e do Livre, que totalizam 13 deputados, o número do azar, mas “Roma e pavia não se fizeram num dia” e aos poucos lá chegaremos.

Evidentemente que esta derrota da esquerda se deve à péssima governação do partido socialista de António Costa, que deixou o país literalmente de pantanas, com os serviços públicos num caos e o povo distrai-se, mas não dorme e acima de tudo não esquece e o resultado aí está, para bem da nação.

Mas na noite de ontem, não foi só o PS o grande derrotado, com os socialistas, talvez seja a primeira vez em que o partido mais votado, é claramente um dos grandes perdedores da noite. E a AD é derrotada do ponto de vista eleitoral, porque em relação a 2022 e com um novo líder que teve dois anos para se afirmar, ficou praticamente na mesma, com uma singela diferença de 150.000 votos e apenas a um ponto percentual do PS e do ponto de vista tático, porque o gesto profundamente antidemocrático de Luís Montenegro, ao ostracizar o CHEGA, lhe valeu agora ter uma bota para descalçar, que lhe vai custar provavelmente a liderança do partido.

Não foi só uma vitória pífia, aquela que se viu no semblante carregadíssimo do líder e dos seus militantes, mas foi também uma vitória inútil, na medida em que não lhe serve para nada. Ostracizar um partido político, seja em que circunstância for, não é só demonstrativo do espírito antidemocrático, como é um ato de sabujice política e de falta de tato político inconcebível e Luís Montenegro demonstrou não estar à altura do partido, nem da coligação e muito menos da democracia.

Mas com ele alinhou essa sumidade do comentário político, agora travestido de Presidente da República, de seu nome Marcelo Rebelo de Sousa, que veio a terreiro, a dois dias das eleições, dizer que não aceitaria um governo que integrasse o Chega, numa tentativa desesperada de influenciar o eleitorado no sentido do voto útil no seu partido de sempre. Sem ir a eleições, Marcelo perdeu, não só o resto da vergonha, como o resto do capital político que ainda lhe sobrava.

Ambos terão agora de enfiar a viola no saco e dançarem um com o outro, restando-lhes tentarem convencer o PS a deixar passar o governo minoritário da AD. Como não há dois derrotados sozinhos, as empresas de sondagens, sempre em jeito de fraude, a tentarem calcar o CHEGA para baixo, os comentadores e órgãos de comunicação social que em conjunto fizeram um trabalho indigno no sentido de influenciar a opinião pública contra o CHEGA, nem sabem agora o que dizer, com dissertações patéticas, que mais valia remeterem-se ao silêncio.

Claro que os últimos são os primeiros e para o final ficam os grandes e únicos vencedores da noite e esses são indubitavelmente André Ventura e o CHEGA, que alcançaram neste ato eleitoral, todos os objetivos a que se propuseram, em votos, em percentagem e em número de deputados. Grande noite foi esta.

Mas o CHEGA não foi só o vencedor da noite, como prestou um enorme serviço à democracia, ao fazer com que muito mais de meio milhão de anteriores abstencionistas fossem votar. Sim, foi o CHEGA que protagonizou o incentivo para que estes eleitores, até aqui descrentes da política e dos partidos, se sentissem atraídos pela diferente forma de fazer política que o CHEGA representa, rumo ao progresso da nação portuguesa. Somados os votos de todos os outros partidos, eles têm os mesmos que tiveram em 2022, com uma diferença mínima de cerca de cem mil votos em quatro milhões e seiscentos mil.

O CHEGA teve agora mais setecentos mil votos, dos que os que teve em 2022, o que significa que abarcou aqueles cerca de cem mil, mais os quinhentos e setenta mil que vieram da abstenção. O que o CHEGA fez ontem, foi uma lição sobre a forma de estar na política, sem precedentes em Portugal em 50 anos de democracia.

Agora já se ouvem alguns, a começar pelo líder do PS, a assumir que afinal os votantes do CHEGA, não serão os tais racistas, fascistas e homofóbicos que antes afirmavam que eles eram, porque não há em Portugal mais de um milhão dessa gente, dizem eles, pois não, afinal parece que não são, pois claro, descobriram agora que os portugueses não gostam é de ser extorquidos.

Mas também já li o resto da retórica de muitos dos tais esquerdistas do costume, em que segundo eles, vejam bem, “o Chega cresceu à custa dos enganos, das mentiras e dos sonhos por cumprir”, por exemplo, ou seja, temos um iluminado enviado pelos astros, que sozinho consegue vigarizar mais de um milhão de mentecaptos, a caminhar para a burrice.

Atenção, ó burros desta nação, descansem, porque já não são racistas, fascistas, ou homofóbicos, já só são mesmo é burros.

Que Deus lhes perdoe porque eu não sou capaz.

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