Academia Mulheres PSD. Desigualdade salarial e combate à pobreza são prioridades das MSD

Marta Roque

A igualdade de oportunidades entre mulheres e homens foi o mote para a formação da 8ª academia das Mulheres do PSD (MSD). Até aos 30 anos o acesso ao mercado de trabalho é igual para mulheres e homens. O “problema” surge quando as mulheres têm filhos, param de trabalhar e nunca mais atingem o mesmo vencimento que os homens, segundo a deputada Lina Lopes, organizadora da Academia das Mulheres Sociais Democratas.

Também na vida política as coisas não são melhores para as parlamentares, o número de mulheres deputadas desceu, de 2019 para 2022, são apenas 34% no parlamento este ano, mesmo com as cotas.

Filipa Roseta, vereadora da Câmara Municipal de Lisboa na formação sobre o caso da Habitação de Lisboa, explica como o executivo de Carlos Moedas está a executar o maior programa de habitação desde o programa do professor Cavaco Silva na década de 90.

A neurociência também esteve presente na reflexão das MSD, Cristina Valente, coach e antiga jornalista, alerta as mulheres do PSD para o problema de a sociedade ocidental não ser “emocionalmente letrada, e que “não há nada mais importante para o sucesso do ser humano do que a inteligência emocional”.

A Academia de Mulheres do PSD tem à cabeça a deputada Lina Lopes, que conta com o apoio da Fundação Konrad Adenauer, a formação de dois dias reuniu em Lisboa mulheres e homens sociais-democratas, mas elas estiveram em maioria.

De todo o país vieram 50 mulheres, os distritos de Lisboa e Leiria, foram os mais representados, estiveram autarcas e simpatizantes do PSD de Santarém, Viana do Castelo, Braga, Setúbal, Viseu, Porto, Alentejo e Algarve.

As causas das mulheres e a igualdade de oportunidades de homens e mulheres, é objeto de estudo científico nas universidades europeias e americanas. A igualdade de oportunidades entre mulheres e homens é o 5º tema dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável.

A deputada e sindicalista da UGT diz que a política “não é fogo de artifício, festa, sound bytes, a política exige reflexão, estudo, e formação, só é possível formar opinião fundamentada sobre os assuntos”. É algo que tem de ser aprendido, não é inato”.

Considera que na política é preciso “formar, aprender a dominar os assuntos de forma objetiva com argumentos sérios e competentes”.

A deputada social-democrata é embaixadora em Portugal da Woman Political Leader, a rede global de mulheres políticas tem como missão aumentar o número e a influência das mulheres em posições de liderança política, promove formação de mulheres, liderada por políticas no ativo, sediada na Islândia. Lina Lopes conheceu a 1ª ministra que se juntou a milhares de mulheres que fizeram parar o país. A Islândia é 1° país no topo de igualdade, segundo o Fórum Mundial, mas mesmo assim têm desigualdade salarial de 10%.

Em 1982 foi criada a Aliança das Mulheres, uma plataforma política das mulheres, que consistia em reivindicações femininas como creches para crianças para permitir que as mulheres participassem no mercado de trabalho em pé de igualdade com os homens e apoiadas por parlamentares femininas. Uma academia com parlamentares e trabalhadoras.

A aliança de mulheres deixou de existir, porque acharam que já não era necessário. Mas agora fizeram greve em outubro. A deputada explica que “em todos os casos a participação das mulheres volta a descer.”

A historiadora económica norte-americana Claudia Goldin ganhou o Prémio Nobel de Economia de 2023 pelo trabalho sobre a desigualdade salarial entre homens e mulheres.

Até aos 30 anos é igual o acesso, Lina Lopes diz que o “fosso começa quando se tem filhos, nunca mais temos o mesmo salário dos homens.”

Apresenta o caso da Alemanha que tem 40% de desigualdade salarial, existe um problema de creches. As mulheres têm de trabalhar em part-time, ficam em casa com os filhos, não há creches até às 16h. A convite da Segurança Social apresentou a forma de trabalhar das mulheres portuguesas que trabalham a tempo inteiro. “Não trabalhem a tempo parcial, porque depois mais tarde temos uma reforma mais baixa, por isso temos tantas mulheres reformadas pobres,” pede às MSD Lina Lopes.

Na Islândia em 1983 houve um aumento acentuado no número de mulheres no parlamento de 5 para 15 deputadas, hoje têm 48% de mulheres no parlamento, o mais elevado na Europa.

Em Portugal de 2019 para 2022 desceu o número de mulheres deputadas que são apenas 34% no parlamento este ano, mesmo com as cotas.

No Ruanda 61% de deputadas são mulheres, já em Portugal o caminho da paridade está a dar alguns resultados a Mesa da assembleia da AR já tem mulheres. No México, em Cuba e Nicarágua mais de 50 % dos parlamentares são mulheres. E em todo o mundo apenas há ¼ de mulheres parlamentares, ou seja apenas 25%.

A Aliança de Mulheres quando chegou a esta igualdade deixou de existir em 1999, acharam que já não era necessário fazer. Na Suécia e Dinamarca deixaram de fazer cotas e quando deram por isso já tinham outra vez mais homens do que mulheres no parlamento.

Em Portugal só há 22 mulheres presidentes de câmara num total de 308 autarquias. Apenas 7 concelhos no país têm mais homens que mulheres. “É exigido muito à mulher, tem sido muito escrutinada”.

Filipa Roseta, vereadora da Habitação da CML

“Erradicar a pobreza”, um problema “enorme e gigantesco”

A vereadora da habitação da Câmara Municipal de Lisboa na 8ª academia de mulheres do PSD elenca o combate à pobreza como o grande tema deste executivo na Câmara Municipal de Lisboa de Carlos Moedas. É nos Paços do Concelho da CML que a autarca expõe o caso da Habitação deste executivo às MSD.

Filipa Roseta gosta de ser autarca em Lisboa, entrou para o PSD pela mão de Lina Lopes, a quem agradece o trabalho autárquico que tem hoje. Apresenta como propósito do executivo erradicar a pobreza, que é “enorme e gigantesco.” “Com pessoas a não conseguirem pagar as suas contas no final do mês há um risco real, não só de manter a pobreza, mas de aumentar. Quem não tem casa está num plano muito inclinado para não conseguir viver, entra numa espiral descendente de onde vai ser muito difícil sair”, em entrevista ao Estado com Arte Magazine.

O executivo quer garantir que as pessoas tenham habitação digna, e estão a fazer obras para recuperar o parque habitacional. Grandes investimentos têm sido feitos desde o início deste executivo, já foram  atribuídas 1400 chaves.

Estão a dar apoio para famílias pagarem as rendas que começaram em 2022, apoiam cerca de 800 famílias, no último concurso entraram mais 500 famílias. O programa de apoio a rendas a pessoa paga 1/3 do seu rendimento e a câmara paga a diferença que falta por volta de 200 euros.

A lista de espera para acesso a casa no município são 8 000 pessoas entre os acessíveis e os apoiados, a CML dá cerca de 700 por ano, há aqui um desfasamento entre as necessidades e a oferta.  “Por mais que se construa tudo, não é possível dar todas as casas. Só quando tivermos construído 9 000 fogos em 10 anos é que fica resolvido o problema, por isso é tão importante o apoio à renda.”

A habitação no contexto de crise de inflação é a ”1º sítio em que temos de ajudar para as pessoas conseguirem passar esta fase inflacionária, e voltarem a ver os seus rendimentos mais compatíveis com os custos que têm de vida.”

Apresentou na academia o caso da habitação de Lisboa que tem 48 000 casas devolutas, até final deste ano vão reabilitar 1000 casas vazias, fazer obras e colocar para habitação pública. Destas 1000 já deram 700 chaves. Foi a 1ª prioridade, o nosso parque habitacional tem de estar a uso. Quanto às privadas, o que podemos fazer? O apoio à renda também é um apoio.

O governo tem outro entendimento, o arrendamento coercivo arrendar as casas coercivamente, fazer as obras, ocupar e arrendar.

Mas ainda não começaram a fazer este arrendamento coercivo, porque o governo quer que sejam as câmaras a fazer este trabalho, ao que Filipa Roseta diz que “não fazemos, não tem sentido fazer isso, e não é lógico”. Alerta para que não funcionaria, e que provavelmente iria parar a tribunal. “Há um diferendo como as coisas se resolvem. Não concordamos porque achamos que a solução do governo não funciona, não é uma discordância ideológica é uma discordância de pragmatismo, não funciona porque introduz desconfiança no mercado, as pessoas ficam com medo de arrendar, se o governo está disponível para arrendar coercivamente ficam com desconfiança, e isso é um problema, temos é de estabelecer confiança no mercado.”

Ressalva que todo o esforço da câmara é “produzir habitação para as pessoas.” A autarca garante que tem todos os serviços envolvidos para conseguir executar o maior programa de habitação desde programa do professor Cavaco Silva na década de 90.

30 anos do PER, fechar a carta municipal da habitação

O executivo de Carlos Moedas está empenhado em “conseguir preparar os próximos 10 anos, e diz mesmo que 2023 vai ser o melhor ano em termos de construção de habitação, seja em obras feitas, seja em obras em curso da década,” explica a vereadora da Habitação.

“Estamos a inverter uma década em que praticamente não houve investimento em habitação.” Os projetos de médio prazo vão ficar prontos em 2025 /26. Estão a lançar hoje obras de estradas no casal do pinto (terreno da câmara que dá para construir 200 habitações, está parado porque não está ainda urbanizado) para depois fazer as obras das casas, projetos a longo prazo, previstos para 2026.

Querem garantir que a logo prazo, daqui a dez anos, toda a propriedade da Câmara está a uso, esse é “o grande objetivo deste executivo, e que não pode ter a sua propriedade sem uso”, conclui a Vereadora.

Família desalojada em Arroios

Uma família em Arroios foi despejada ao abrigo de um contrato privado. Segundo a vereadora Filipa Roseta a CML ofereceu todas as alternativas, bem como a Santa Casa de Misericórdia de Lisboa, desde um T1 da Câmara com 4 camas, a SCM ofereceu um sítio para o senhor ficar num lar e uma casa para a família ficar perto, a SCM paga as rendas a estas famílias nestas circunstâncias, mas a família não aceitou.

Filipa Roseta adianta que a CML continua disponível com as mesmas ofertas de um t1 nas casas de emergência da CML com 4 camas e com o apoio da Santa Casa pagar um arrendamento onde as pessoas deste agregado podem ficar, uma vez que é uma família com rendimentos, será sempre um apoio ao pagamento da renda.

“Qualquer uma das ofertas que lhes foi feita continua em cima da mesa se eles quiserem,” adianta a vereadora. Ao Estado com Arte Magazine a Associação Habita disse que a família “teve de aceitar a solução indigna que o Estado arranjou”.

Filipa Roseta esclarece que a família nunca se candidatou ao programa de arrendamento e pede que “venham ao sistema e que se inscrevam, nunca se candidataram ao apoio da renda da Câmara”. Justifica que a família quer uma casa municipal destinada a rendimentos mais baixos, há uma lista de critérios, para atribuição de casas a famílias, que tem a ver com rendimentos, saúde, filhos, violência doméstica, etc.

“A configuração da família diz que provavelmente não vão conseguir essas casas municipais, mas têm de candidatar-se às rendas acessíveis.” Para resolver o problema real tem tanto o apoio da Santa Casa como da Câmara, disse a autarca.

A neurociência na política

Cristina Valente, psicóloga com formação em neurociência e antiga jornalista da RTP, revela que há uma forma de atingir resultados e objetivos, mas se temos os objetivos claros porque não os atingimos? “A sociedade está centrada na racionalidade, a emoção tem sido um parente pobre da vida. Os filósofos e cientistas sentiram muita curiosidade com o tema das emoções. Mas hoje não faz sentido saber o que sentimos, como se atingem ou não os resultados que procuramos.”

A neurociência explica que os nossos resultados dependem fundamentalmente do lado inconsciente, e apenas 5% do nosso lado consciente. Desde cedo verifica-se uma dedicação ao conhecimento, a psicóloga diz que passamos 30/40 anos da nossa vida a  estudar, “mas não somos emocionalmente letrados”. Esse é um desafio que os psicólogos e cientistas colocam atualmente: não há nada mais importante para o sucesso do ser humano do que a inteligência emocional.

“Um líder que queira ter sucesso na sociedade com impacto tem de tomar a decisão de pensar mais em si próprio para impactar no outro, e de entender o outro, ir mais fundo e decidir mudar o seu estilo de vida. Existem estratégias e treino adequado e suporte específico. Em cada um de nós há muito trabalho a fazer,” diz a coach.

Apresenta como proposta de coaching para os líderes da sociedade atual: o que posso fazer para ser emocionalmente mais maduro? Se queremos resultados diferentes temos de ter comportamentos diferentes. Qual é a parte que controlamos?

“Eu consigo alterar a qualidade do meu pensamento, todos nós temos controlo 100% do que pensamos. Mandela escolheu ocupar os seus pensamentos em vez de ressentimento, ocupou os longos anos de prisão para quando fosse libertado conseguisse mudar a trajetória da humanidade. As pessoas com sucesso têm uma forma de comunicar o consciente e o inconsciente.

A separação que Descartes veio trazer sobre o corpo e a mente trouxe um retrocesso civilizacional. No ocidente estamos a tentar apanhar este conhecimento é uma dessas formas é através do coaching, mais auto-conhecimento, entrar num processo de conhecimento pessoal que é a jornada mais importante que podemos ter.”, conclui Cristina Valente.

História da Academia das MSD

Formação com Filipa Roseta, vereadora da Habitação da CML, nos Paços do Conselho, no 2º dia da 8a Academia das MSD

No jantar na 6ª feira no Grémio Literário Lina Lopes recorda como tudo começou: a 1ª academia das Mulheres do PSD com Alexandra Campos e Filipa Roseta na Padaria Portuguesa em Lisboa.

Durante a pandemia não realizaram a academia das MSD que estava marcada para ser em Albufeira. “Tem sido um caminho longo, feito de altos e baixos”, Lina Lopes cita Fernando Pessoa “Deus quer, mas no caso é a mulher que sonha”.

“Se conhecessem uma pequena parte dos obstáculos que enfrentamos e ainda enfrentamos compreenderiam que alguma intervenção divina a existir é sempre benvinda. A 1ª Academia foi um jantar em Lisboa e íamos para INATEL da Costa da Caparica, nas vésperas quando fui ver a sala percebi que ia haver um congresso do PS com mil pessoas e que apenas reservaram um pequeno espaço da sala para nós.

Encontrei no INATEL uma capela muito gira, tinha uma imagem de Nossa Senhora e pensei: que tal fazer aqui? Correu lindamente. Com a “intervenção divina” as MSD têm conseguido realizar as academias desde então.

Nova geração MSD

Em Ponte da Barca as mulheres estão em maioria no executivo da câmara municipal: 4 mulheres e 3 homens. No total são cerca de 40 mulheres eleitas nos diferentes órgãos autárquicos, ou seja em 17 juntas de freguesia, na Assembleia de freguesia,  na Assembleia Municipal e na Câmara Municipal. Diana Sequeira, vereadora do PSD com os pelouros de Ação Social, Desporto, Saúde, Turismo diz ao Estado com Arte Magazine que a sua entrada para as mulheres no PSD distrital aconteceu de forma “natural e dinâmica”. Começou de forma local concelhia em Ponte da Barca tendo sido depois convidada a juntar-se às MSD distrital. A autarca diz que é “um movimento que está em crescimento e que permite entre muitas outras coisas criar sinergias muito importantes no envolvimento político e partidário das mulheres”.

O tema da Habitação é uma preocupação da autarca, o município de Ponte da Barca tem disponível atribuição de apoio à renda. “Neste momento já apoiamos várias famílias e temos uma nova fase de candidaturas em apreciação”. O apoio sendo atribuído é pago mensalmente. O processo de candidatura tem regulamento e até pode ser feita a candidatura on-line.

Katia Pereira, 29 anos, vive no Alvito, tem uma ligação recente ao PSD desde há 6 meses. Tem um restaurante, é filiada no PSD, tem uma filha com 6 anos. A vida não é muitas vezes como idealizamos vamos ver.  “Quem sabe um dia, estou muito verde”.

Inês Mota Baptista, de 20 anos, a filiação do PSD deve-se a vir de uma família em que todos são filiados, diz que “pensei muito, mas optei pelo partido que me representa mais”. Aos 18 anos foi candidata à Assembleia Municipal de Cuba, pediu a Lina Lopes ajuda, convidou Inês para ser voz off no encontro de mulheres autarcas sociais-democratas, a partir daí começou a trabalhar com Lina Lopes nas MSD, realiza trabalhos desde a parte gráfica à fotografia. Está na JSD de Lisboa e trabalha no jornal digital O Incompetente. Quanto à futura candidatura no partido responde que “o futuro o dirá”.

Várias mulheres jovens estiveram ainda presentes na 8ª academia das MSD: Rosina Pereira, 31 anos, Porto, Vânia Afonso 44 anos, filiada no PSD, é Diretora técnica de uma unidade de cuidados continuados. Joana Macedo Luís, filiada no PSD há cerca de 3 anos, conheceu a deputada Lina Lopes recentemente por ocasião da Conferência na Assembleia da República “As Mulheres e o 25 de Abril”, que contou também com o apoio da Editora. Admite desconhecer a existência de uma Academia Política e ficou contente por saber dessa iniciativa. “Formada em Filosofia, recordo-me sempre dos grandes filósofos da Antiguidade, Platão e Aristóteles, que nos ensinavam a importância de aprendermos a discursar, a debater um tema e sobretudo a usar a “ferramenta” da Retórica num sentido construtivo. A Retórica deve ser usada na Política não apenas como uma estratégia sedutora de persuasão ou “arte de falar bem”, mas deve ser uma “busca da Verdade”. Acredita que pode aprender-se e, como referiu a Dra. Lina, mesmo que uma pessoa possa ter “talento” político, esse “talento” necessita de ser exercitado e desenvolvido. Portanto, parece-me uma excelente ideia haver uma Academia que deveria existir tanto para mulheres como para homens.

Lina Lopes convidou Luís Montenegro, presidente do PSD, mas não veio por estar na Lourinhã em jantar do partido, bem como os oradores homens convidados não puderam participar neste encontro das MSD.

No Congresso do PDS, em novembro, o partido vai discutir os estatutos, a deputada Lina Lopes aguarda com “expectativa a paridade dos homens, o mínimo é fazer cumprir a lei da paridade. No PSD devíamos esperar a paridade. Espero que não tenhamos de criar uma aliança de mulheres,” frisa Lina Lopes.

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