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GONÇALO MARQUES. “NO HOT CLUBE TINHAMOS CONCERTOS 4 A 5 VEZES POR SEMANA, MAS AGORA ESTÃO SUSPENSOS”. C/ ÁUDIO

Marta Roque

O Estado com Arte Magazine esteve à conversa com o músico de trompete Gonçalo Marques à margem do 2º concerto do Avenidas Hot Jazz, uma parceria do Hot Clube de Portugal  com a Junta de Freguesia das Avenidas Novas: 4 concertos em agosto, aos sábados à tarde. Este sábado estiveram cerca de 500 pessoas num sunset para assistir ao Mateus Saldanha Quarteto, no jardim do Arco do Cego, em Lisboa. A 28 de setembro o quarteto de Gonçalo Marques reúne os músicos Demian Cabaud e os nova-iorquinos John O´Gallagher e Jeff Williams.

O trompetista está na direção do Hot Club de Portugal que hoje em dia está encerrado, devido problemas a problemas de segurança na estrutura do edifício. O clube de jazz tem acordo com a Câmara Municipal de Lisboa para iniciarem obras, que em principio devem estar concluídas no próximo ano. Até lá o Hot Club vive de parcerias em espaços ao ar livre e em salas para concertos de jazz em Lisboa e outras localidades.
Gonçalo Marques, estudou trompete, e teve uma bolsa de estudo para o Berklee College of Music de Boston, em 2001. É professor na Escola Superior de Musica de Lisboa, na Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal, na JBJazz e na Escola de Jazz do Barreiro.
Toca regularmente com a Big Band do HCP, com a Reunion Big Jazz Band, com o grupo Living Thing e com o quinteto da cantora Sara Valente.

Estamos aqui no 2º concerto do Avenidas Hot Jazz nas Avenidas Novas. como surgiu a ideia destes concertos?

Fomos desafiados pela freguesia das Avenidas Novas para organizar concertos aqui. Depois de agosto vai haver outro concerto em setembro. Este ano a curadoria esteve a cargo do Bruno Santos, o meu o predecessor na direção da Escola de jazz no Hot Clube, ele escolheu um conjunto de grupos de músicos uns mais jovens outros com mais experiência.

Vem todos da Escola de jazz do Hot Clube?
Por acaso não, o quarteto de hoje vem da Escola superior de Música de Lisboa, são jovens músicos, quarteto Mateus Saldanha. São premiados no festival jovens músicos e estão a começar a carreira.
O 1º concerto foi de jovens músicos da escola de jaz do Hot. No próximo sábado, 24 de agosto, o grupo da Juliana são alguns licenciados na Escola Superior de Música de Lisboa. No dia 31 agosto é o quarteto do Bruno Santos, com malta mais velha.
Em 28 setembro é um concerto meu, quarteto. Damien Cabaud e 2 músicos americanos: Jeff Williams na bateria e John O´Gallagher
Para o Hot Clube é um prazer sair da nossa casa, por várias razões, em particular porque a nossa casa está fechada.

Mas ainda está fechado? 
Não sei se se recorda mas o Hot Clube, o clube fechou, por razões de segurança. O edifício na Praça da Alegria teve de ir para obras. Houve um acordo feito pela câmara, entretanto vai para obras e vai reabrir.

E para quando está prevista a reabertura?
Talvez daqui a 1 ano.

Onde é que o Hot clube reúne?
Reúne-se nestes espaços e noutros. Nós só fazemos produções externas neste momento. Não temos a nossa casa..

E no inverno onde fazem concertos?
Temos feito coisas fora, por toda a cidade. Temos uma série de eventos e parcerias e temos mantido uma certa vida. Claro que quando o Hot Clube abrir vamos manter estas parcerias. É muito diferente fazer um concerto ao ar livre ou no clube de jazz, são coisas muito diferentes.

Mas o verão vai terminar e vão precisar de salas…
Vamos ver… temos algumas coisas em vista. O único espaço destinado é mesmo o Hot Clube que só vai ter obras terminadas daqui a 1 ano

Mas querem ter um espaço neste intermédio de tempo?
Era ótimo, mas tentamos e não conseguimos no ano passado. Não conseguimos ter um espaço fixo.

Falaram a quem?
Falamos a várias entidades.

A Escola entretanto vai precisar de espaço…
A Escola tem o seu espaço em Alcântara no edifício onde está a Metropolitana de Lisboa, perto do Centro de congressos de Lisboa (antiga FIL).
No Hot Clube tínhamos concertos 4 e 5 vezes por semana, mas agora estão suspensos.

O Gonçalo estudou trompete, tendo ido estudar em Boston. Esta dinâmica internacional mantém-se na escola do Hot Clube?

Sim, há muitos músicos que vão estudar para fora, para um curso superior ou mestrado. No meu tempo havia mais gente a estudar fora, porque não havia curso de jazz nas escolas superiores . Quando as pessoas vão para fora trazem contactos e músicos, há toda uma movida internacional, porque foram uns tempos para fora. Temos uma série de contactos internacionais, por exemplo com a  International Association of Schools of Jazz, em que selecionamos um aluno que vai como professor. As ultimas edições foram na Áustria, Finlândia, Holanda, EUA…

Neste ano dos 50 anos do 25 de abril saiu um livro de Luís Villas Boas ( João Moreira dos Santos, Avenida da liberdade editores) de um grande impulsionador do jazz. Têm participado em iniciativas de homenagem ao mentor de jazz em Portugal?

Sim, temos estado envolvidos. Houve uma peça de teatro para contar a vida do Luís Villas Boas, um espetáculo musicado com alguns músicos convidados históricos do jazz. Foi realizado um documentário por um dos membros da direção do Hot Clube com uma longa entrevista com o Luís Villas Boas.

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