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SISMO EM PORTUGAL. SISMO “INTENSO”, MAS COM “POUCA GRAVIDADE”

Marta Roque

Um sismo de 5.3 na escala de Richter abalou Portugal esta madrugada, foi seguido de quatro réplicas. Fez-se sentir em vários zonas do país, sobretudo a sul, perto de Sines. Não há registo de danos pessoais ou materiais, até ao momento. Mais graves podem vir a ser os sismos em Sagres e no Ribatejo.

O Estado com Arte Magazine perguntou ao investigador em  Geologia das Bacias Sedimentares, Nuno Pimentel, qual a real dimensão do sismo, riscos e a melhor forma de prevenir para situações sísmicas no futuro.

É o maior sismo dos últimos 50 anos, em Portugal continental, “o que lhe dá importância”, diz Nuno Pimentel, Docente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e Investigador em Geologia das Bacias Sedimentares.

O anterior, em 1909, em Benavente, ocorreu perto de Lisboa e afetou muito a capital. “Este por ter sido ao largo de Sines, ao chegar a Lisboa teria sido já atenuado e sem danos”, explica.

Para Nuno Pimentel a gravidade ou o impacto de um sismo “depende da sua intensidade, mas também das localidades ou estruturas que afeta. Se for no deserto não é grave, mas o mesmo sismo numa cidade pode ser muito grave”. Em conclusão, “foi um sismo intenso; mas com pouca gravidade,” diz o investigador e coordenador científico do Geoparque Oeste.

O Estado com Arte Magazine perguntou ao especialista em  Geologia das Bacias Sedimentares qual a real dimensão do sismo, riscos e a melhor forma de prevenir para situações sísmicas no futuro.

Afinal quais os maiores riscos que Portugal pode ter em termos sísmicos?

Portugal continental está numa região de algum risco sísmico. Mas os sismos mais intensos deverão acontecer no mar, ao largo de Sagres. Por isso a sua gravidade será atenuada para Norte, para Lisboa e o Oeste. Mais graves podem ser os sismos no Ribatejo, menos intensos mas mais próximos, adianta o investigador.

Qual a melhor prevenção para este tipo de situações sísmicas?
Estar preparado para essa eventualidade, saber o que fazer para se proteger das consequências, é a melhor prevenção para o docente.  “O sismo não mata, as construções sim, devemos saber onde nos devemos abrigar, para onde devemos depois ir e ficar fora de perigo de uma eventual réplica forte que abale as estruturas enfraquecidas pelo sismo inicial.”
Em relação a tsunamis, se houver um sistema de alerta temos 15 a 20 minutos para ir para um local alto, mais de 15 a 20 metros. “Mas para isso, o sistema tem de funcionar e temos de saber para onde ir”.

Segundo o investigador em Geologia já existem regulamentos de construção anti-sísmica, mas as casas mais antigas, anteriores a essas regras, podem sofrer danos sérios.  Tudo depende do local onde ocorre o sismo,  para além da estrutura, e do terreno. Considera que é importante conhecer “a nossa construção e os locais de abrigo”.

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