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Presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários não foi convidado a participar na manifestação de 10 de outubro

Estado com Arte Magazine

A manifestação do dia 10 de outubro foi marcada pelo Sindicato de Bombeiros Profissionais e para Bombeiros Sapadores das Autarquias com alteração de local para Coimbra.

A polémica está lançada entre os Bombeiros Sapadores e os Bombeiros Voluntários. Depois da forma como decorreu a manifestação de quarta-feira, com a usurpação da escadaria da Assembleia da Republica, o Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais responde em comunicado.

A manifestação anunciada para a Assembleia da República no dia 10 de outubro está agora prevista para acontecer na Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), em Coimbra, dizem em comunicado a que o Estado com Arte Magazine teve acesso.

O Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais adianta que um dos temas centrais da próxima reunião do Conselho Geral, marcada para o dia 7 de outubro, será a discussão sobre a alteração do local da manifestação, que agora se concentra na Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP),” devido à sua relevância como representantes das entidades detentoras dos Corpos de Bombeiros Sapadores da Administração Local”.

Nos últimos dias veio a público que a ANMP enviou uma proposta de alteração de Estatuto ao Governo há mais de três meses, no entanto, dizem “os sindicatos não tiveram acesso e desconhecem o seu conteúdo”. Consideram ainda  dada a importância do parecer das autarquias, “é fundamental que a ANMP seja clara na proposta que está a apresentar e no que defende para os Bombeiros Sapadores, que são seus funcionários.”

Informam no comunicado que não convidaram para participar nesta manifestação a Associação Portuguesa dos Bombeiros Voluntários (APBV), uma vez que estamos a falar de Bombeiros Sapadores e não de Bombeiros Voluntários.

“Já foi solicitada à APBV uma correção das declarações proferidas pelo seu presidente, uma vez que em momento algum foi convidado a participar na manifestação.”

“O Estatuto que está a ser discutido é dos Bombeiros Sapadores e a manifestação que foi agendada é só para Bombeiros Sapadores da Administração Local”, esclarece ainda o documento do Sindicato dos Bombeiros Profissionais.

As declarações proferidas não são de nenhum dirigente do SNBP, mas de um dirigente de uma instituição que “nada tem a ver com os Bombeiros Sapadores”, justificam.

O objetivo único do SNBP é “melhorar a situação atual do Estatuto” que não é revisto há 22 anos.

A Selva – Testemunho de bombeiro ” João Silva”

“João Silva”, a nossa fonte anónima, é bombeiro numa associação humanitária, tem outros cargos, é membro de partido político de direita e formador de bombeiros. Ao Estado com Arte Magazine diz que “é contra a forma de luta do sapadores.” Levaram vestido EPI de valor 2 500€ pago com dinheiro dos contribuintes. Diz que com o apoio do Chega acentuaram a luta e desresponsabilizaram o governo. “É óbvio que meteram uma farpa de defesa aos bombeiros como legitimidade das suas revindicações.”

“No dia de hoje assistiu-se a algo extremamente desagradável. Não chega haver divergências entre os vários tipos de bombeiros em Portugal e temos ainda alguém com o peso da responsabilidade profissional que representa, a transformar a escadaria da nossa AR numa verdadeira selva. Num primeiro ponto não estão em causa as motivações do protesto dos Bombeiros Sapadores no dia de hoje, mas sim a forma e o trato de tal protesto.

Assim sendo, vejamos de forma clara que envergam vestidos com Equipamentos de Proteção Individual (EPI) que custam ao erário público cerca de 2 500,00 € a unidade que que serve para trabalho claro de salvamento de pessoas e bens e não para protestos desta natureza. Além dos estragos a que este EPI está sujeito, tem autorização da sua entidade empresarial para o seu uso? Quem irá pagar o desgaste do dia de hoje ?

No seguimento do protesto, desrespeitam as grades de limitação da escadaria e afrontam de forma clara os agentes da PSP presentes no cimo dos degraus. Claro desrespeito pela sociedade, pelo povo que deles depende socorrido e claro está a falta de civismo clara quer com eles quer com os demais agentes ali presentes.

Temos a culminar declarações de um líder sindical extremamente incentivadoras à violência e ao desrespeito, “ Isto já fugiu ao plano, o governo que se despache, há grupos organizados entre eles e pode acontecer o pior …”

Mas vivemos ond ? E se outros tipos de bombeiros se lembram de fazer o mesmo? São mais de 400 Corpos de Bombeiros Voluntários em Portugal, sem contar com os Bombeiros Privativos, imagine-se que 10 elementos de cada quartel aparecem no mesmo espaço a fazer as mesmas exigências através do mesmo exemplo de força.
Não podemos ceder a chantagem nem à violência, este caso carece claramente de mão pesada disciplinar sobre os elementos, o exemplo para os civis não pode ser este.

Já temos consequências, o Líder do Chega a dizer barbaridades e a enaltecer a violência destas ações. Tem de haver travão. Claramente que não merecem nada até que o sossego regresse, isto não foi um protesto, foi sim uma forma clara de luta onde um local virou selva, seria até apropriado substituir o S de Sapadores para algo mais apropriado..

Portugal não é palco de guerras, se elas existem devem ser apuradas responsabilidades e agir de forma clara sobre os prevaricadores,” conclui “João Silva”.

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