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Trump. A vitória que “estremeceu o mundo”

Marta Roque

O resultado obtido pelos Republicanos conquista o poder executivo, controla o legislativo e domina o judicial, é uma realidade que, no entender da politóloga Sílvia Mangerona, “obriga a maior prudência nas antecipações das consequências internas e externas à eleição de Trump.”
A docente de Ciência Política critica ainda a “tomada de partido” nas eleições americanas por parte de alguma comunicação social.

Sílvia Mangerona, politóloga e docente de Ciência Política, ao Estado com Arte Magazine destaca na vitória de Donald Trump a afirmação que a sua segunda eleição para Presidente do EUA “ficará na história como uma vitória política nunca antes vista”.
De facto, Trump teve uma “vitória indiscutível”, venceu também em todos os swing states (7) e garantiu 312 votos do Colégio Eleitoral. “Foram resultados inesperados e a vitória de Trump estremeceu o mundo,” admite a politóloga.

“Corremos atrás de prospectivas, mas a verdade é que o caminho que a nova administração de Trump irá traçar tem ainda muito de desconhecido e imprevisível,” diz a docente ao Estado com Arte Magazine.

 

A politóloga Sílvia Mangerona diz que se espera mais protecionismo económico, e mais conservadorismo nas políticas públicas na maioria dos Estados norte-americanos.

O resultado obtido pelos Republicanos conquista o poder executivo, controla o legislativo e domina o judicial, o que no entender da politóloga “nos obriga a ser mais prudentes nas antecipações das consequências internas e externas à eleição de Trump.”

Relativamente às políticas de Donald Trump “esperamos mais protecionismo económico, mais conservadorismo nas políticas públicas na maioria dos Estados e o isolacionismo anunciado pode muito bem transformar-se numa nova gestão de forças com aliados mundiais inesperados”, reforça Mangerona.

A recandidatura de Trump trouxe também outros “desafios e destapou um erro”, que a docente considera como “deontologicamente condenável”, a questão de que muitos órgãos de comunicação social e jornalistas “insistem em não corrigir: a tomada de partido.”

“Este alinhamento ideológico, mais ou menos velado, torna-se particularmente condenável nas democracias liberais onde os jornalistas e os Media são protagonistas com a nobre missão de tornar o poder político responsivo e responsável devendo, por isso, comunicar os factos e moderar os debates com rigor e isenção,” observa.
Sílvia Mangerona conclui na sua análise que Trump “não precisou dessa imparcialidade, mas a opinião pública precisa e tem de a exigir.”

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