Ao longo de oito anos, assistimos ao desfilar das capacidades e competências de António Costa, o que, aliás, ficou mais do que demonstrado na gestão da pandemia de COVID-19, uma situação comparável apenas à gripe espanhola de 1918. A seguir, enfrentou o início de guerras em dois pontos do mundo, que tiveram e têm, naturalmente, impactos na vida financeira do nosso país.
A última vez que escrevi sobre António Costa foi naquele momento esdrúxulo da democracia portuguesa em que, aparentemente, e a mando de alguém, foi acrescentado um parágrafo no comunicado sobre a Operação Influencer, que expôs uma “avaliação pessoal e política” da ex-Procuradora-Geral da República, Lucília Gago.
Escrevi à época, neste mesmo espaço, no artigo de opinião Despedida? Vamos ver!, que o discurso iniciado com este processo favorecia a direita, que estava desejosa de se vingar da “geringonça”, cuja paternidade foi de António Costa. E que pretendiam aproveitar o momento para retirar a maioria parlamentar clara e inequívoca conquistada pelo Partido Socialista e por António Costa. Não estava errada.
Nas eleições legislativas seguintes, o PSD conseguiu eleger 78 deputados, o mesmo número do Partido Socialista, mas a extrema-direita atingiu o seu objetivo: elegeu 50 deputados, alterando por completo o desenho da Assembleia da República. Dir-me-ão: é a democracia a funcionar. Sim, é. Mas só no que toca ao número de eleitos. A queda do governo, porém, resultou de um ato manipulatório ao ser introduzido o parágrafo que provocou essa mesma queda.
Hoje, passado mais de um ano desde este episódio, António Costa iniciou as suas funções como Presidente do Conselho Europeu, e é por isso que revisito o artigo de 8 de novembro de 2023. Pelo orgulho que tenho nesta eleição e pela certeza de que o desempenho do cargo com o desígnio “a unidade é a força vital da EU” será bem-sucedido, apesar das inúmeras dificuldades que o espectro político europeu apresenta.
Ao longo de oito anos, assistimos ao desfilar das capacidades e competências de António Costa, o que, aliás, ficou mais do que demonstrado na gestão da pandemia de COVID-19, uma situação comparável apenas à gripe espanhola de 1918. A seguir, enfrentou o início de guerras em dois pontos do mundo, que tiveram e têm, naturalmente, impactos na vida financeira do nosso país. E, tal como calculei, afinal não nos despedimos de António Costa. Hoje, ele ocupa o mais alto cargo do Conselho Europeu, o que acredito deva pôr as direitas portuguesas, e não só, de cabelos em pé! E só por isso, estou deliciada.
Aliás, devo dizer que comi muitas pipocas enquanto observava a loucura em que o CHEGA entrou, desdobrando-se em comunicações ao país e ataques ao Governo da República quando o nome de António Costa surgiu com a força que já se esperava. Diverti-me ainda mais com os comentários políticos feitos a propósito da posição do primeiro-ministro, que, naturalmente, com o sentido de Estado esperado, apoiou a candidatura. Todos nos lembramos de que, em época de eleições europeias, muitos foram os ilustres do PSD, ou seus representantes, que calcularam mal a posição do primeiro-ministro. Foi o caso de Sebastião Bugalho.
Fica, pois, claro que nem todos os militantes ou simpatizantes, por ilustres que sejam, podem desempenhar funções de Estado. E fica mais claro ainda que António Costa saiu com dignidade do cargo de primeiro-ministro e mais dignidade ainda demonstrou na forma como viu arrumada a questão que punha em causa a sua integridade e reputação.
Pela parte que me toca, só posso dizer que António Costa saiu a ganhar em toda a linha. Quem perdeu foi mesmo o país, que agora vive das medidas deixadas pelo governo de António Costa, acrescidas de uns pozitos mais ou menos populistas, que ainda nos trarão complicações devido às injustiças relativas criadas.
É caso para dizer que o cargo de Presidente do Conselho Europeu poderá ainda dar frutos ao nosso desenvolvimento. A ver vamos!