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Morte de mãe e filho em Lisboa. Junta de Freguesia “não pode ajudar quem não pede ajuda”

Estado com Arte Magazine

Sobre o caso da morte mãe e filho, uma mulher de 92 anos e um homem de 63 anos, encontrados mortos em casa na terça-feira passada, na Rua Portugal Durão em Lisboa, a junta de freguesia das Avenidas Novas responde que a família não constava do Projeto Radar.

O autarca Daniel Gonçalves avança que as pessoas em questão “ou não abriram a porta aquando de ações interventivas de sinalização no bairro, ou então abriram e não quiseram autorizar a intervenção do Projeto radar,” em comunicado a que o Estado com Arte Magazine teve acesso.
Sobre este caso específico a junta responde que não pode ajudar quem não pede ajuda. Justificam que em muitas situações há alguma “pobreza envergonhada” e consequentemente “o silêncio ao invés de um pedido de ajuda”.

“O alerta foi dado às 18:11, após um pedido de abertura de porta por parte dos vizinhos das vítimas”, disse à Lusa fonte do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da Polícia de Segurança Pública (PSP). “Não há indícios de crime”, disse a fonte, acrescentando que o homem terá morrido há cerca de três semanas e a mãe há uma. A mesma fonte indicou que as vítimas viviam juntas e foram encontradas em estado de decomposição.

Daniel Gonçalves autarca da junta de freguesia das Avenidas Novas diz que a freguesia, nomeadamente “a zona do bairro de Santos ao Rego é maioritariamente envelhecida e a restante é mista”.
“Face a este caso e outros semelhantes com que nos deparámos durante a pandemia o que temos feito é estar alerta, intervir, sinalizar e sensibilizar os idosos 65+ para que peçam ajuda e contem com o apoio da nossa Junta,” explica.

Justifica ainda que a  Ação Social em Lisboa é da “responsabilidade da Santa casa da Misericórdia de Lisboa, a Junta de freguesia das Avenidas Novas  tem um papel bastante ativo com várias iniciativas para o grupo senior e sinaliza casos de maior fragilidade.”

O comunicado adianta que as iniciativas da Ação Social direcionadas aos mais idosos (65+) traduzem a proximidade com estes fregueses. Através do projeto “Avenidas Solidárias”, o combate ao isolamento é feito através de atendimento social diário a todos os fregueses, no edifício do teatro Avenidas.  “Disponibilizamos aos fregueses atendimento social para o auxílio na consulta ou obtenção de documentação oficial online (por exemplo da Segurança Social ou Finanças), marcação de atos clínicos, compra de medicamentos e apoio nas teleconsultas.”

No projeto 5 Dedos de Conversa técnicos da junta vão a casa dos mais idosos, inclui mobilidade, a ideia é ir ao encontro para intervir em situação de isolamento social da população sénior residente na freguesia, especificamente maiores de 65 anos. “Realizamos visitas domiciliárias, prestamos apoio psicológico e estimulamos a atividade intelectual e cognitiva; fazemos ainda rastreios cognitivos e pequenos atos de enfermagem.”

A Universidade Sénior das Avenidas Novas (UNANTI) é uma forma de a junta “estimular a curiosidade e atividade intelectual, facilitamos o acesso ao conhecimento, proporcionamos também atividades de lazer, convívio e fomentamos o sentimento de pertença a uma sociedade onde todos se sentem úteis e válidos”. Uma aposta do Presidente da Junta de freguesia das Avenidas Novas, Daniel Gonçalves.

É aqui, na UNANTI, a Universidade Sénior, que se concentra a maior parte do esforço pedagógico dirigido à terceira idade, adianta o presidente da junta que considera ser “um sucesso”, com 350 alunos inscritos, lecionam 54 disciplinas. “Os alunos sentem-se úteis e ativos. Deixa-me bastante orgulhoso saber que estes alunos são uma comunidade bastante ativa e diferenciada: muitos eram Professores Universitários, outros médicos, outros Juristas. É com este princípio que acolho toda a gente nesta freguesia, porque todos temos utilidade, todos fazemos a diferença e todos merecemos uma vida digna.”

A Saúde Solidária faz parcerias com as paróquias da freguesia, que segundo Daniel Gonçalves permite “ter maior proximidade” com os fregueses idosos e criar redes de apoio social “eficazes e céleres”. Isto, porque se torna “mais fácil a sinalização e ajuda a casos de maior fragilidade económica, social e até a nível de saúde. Permitindo, por exemplo levar serviços de massagem terapêutica ou até de enfermagem aos fregueses que mais necessitam”.

Com a realização de rastreios de saúde gratuitos no Mercado do Bairro de Santos ao Rego,  prevenção da Diabetes, Hipertensão e Obesidade junto da população mais envelhecida, que adere a este tipo de ações.

Também o Gabinete de enfermagem gratuito no Mercado de Santos ao Rego presta serviços e cuidados de enfermagem aos fregueses. O atendimento às terças e quintas de manhã, sendo útil aos mais idosos como por exemplo para mudar um penso, levar uma injeção ou controlar a tensão arterial.

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