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A CULTURA DO CUIDADO

Susana Mexia

Não sendo um livro de “autoajuda” A CULTURA DO CUIDADO, insta-nos a compreender e reconhecer que a nossa vida se entrelaça com a vida de todos e que o bem, tal como o mal, são contagiantes, pelo que é bom recordar a importância do bem-fazer, do bem-amar, nomeadamente numa sociedade em que o individualismo e o egocentrismo parecem querer isolar-nos, quais fragmentos perdidos dum universo desumano.

Da autoria de Isabel Sánchez, com a chancela da Lucerna (2024), A CULTURA DO CUIDADO, é um convite a sermos mais humanos, mais acolhedores e cuidadores de todos e de tudo o que rodeia a nossa precária existência.

“Precisamos de cuidar de nós próprios, dos outros e do mundo. Os seres humanos possuem um elevado grau de autonomia e muitas vezes podemos pensar que é nisso que está o nosso principal valor, na facilidade com que agimos sem a ajuda de ninguém. Mas a verdade é que, quando chegamos a este planeta, somos desde o início da vida rodeados de cuidados diversos que se prolongam no tempo, chega depois a altura em que devemos cuidar de outras pessoas e passaremos por momentos em que teremos de permitir que outros cuidem de nós, inclusive quando ainda esteja longe o fim da nossa vida.

Estaremos preparados para assumir a interdependência que exige a nossa própria vulnerabilidade? Teremos consciência de que devemos cuidar de nós próprios, dos nossos entes queridos, do conjunto da sociedade e do mundo em que vivemos? Uma sociedade em que o bem-estar individual e o bem-estar coletivo andam de mãos dadas é mais humana, mais forte e muito mais comprometida”.

Numa sofrida, mas enérgica experiência a autora conta-nos as suas experiências de vida, numa fase difícil da sua vida, levando-nos a refletir sobre a importância e o valor dos cuidados que recebeu, de como é valoroso a atitude de bem-fazer, de como nos conforta a alma e o corpo sermos apoiados, estimados e ajudados pelos outros, nomeadamente, nas situações de maior fragilidade.

«Nascemos como seres relacionais: filhos de irmãos, de netos de…E é no seio dessas relações que aprendemos a estimar-nos, a relacionar-nos cuidadosamente, cuidadosamente com os outros e a cuidar da casa comum: a casa onde vivemos com a família, o bairro, a cidade, o país, o planeta, o universo em geral – em última análise, qualquer espaço físico onde um homem possa pôr um pé, já que o homem só consegue instalar-se e progredir num local que seja ubi habitável. A única maneira de construir um mundo à medida do homem é fazer do mundo a nossa casa; para isso, é necessário desenvolver o hábito do cuidado».

Isabel Sánchez, sublinha que estamos “sem dúvida melhor quando estamos juntos”, convida-nos a refletir sobre a necessidade do cuidado e desafia-nos: «Se estás disposto a apostar numa sociedade que cuide de todos, procura a fonte da tua força interior, apoia-te nos outros e toma a decisão de te pôr a caminho».

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