O artista plástico Sebastião Casanova identifica-se com a multiplicidade de expressões artísticas. A pintura com óleo, é a expressão plástica que utiliza mais, as suas telas cinematográficas dão destaque à questão pictórica das imagens.
Ao Podcast Estado com Arte conta que dá títulos às suas telas retirados de citações de livros e de filmes, como é o caso do excerto de “Ulisses” de James Joyce, “It is a gate, if not, a door”, uma inspiração para uma pintura com óleo de um retrato a partir de uma fotografia, a postura de retrato clássico, “apesar da espontaneidade que parece estudada”, comenta o artista plástico.
Escrever é uma das suas expressões artísticas, escreve sobre cinema para o blog da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde publica regularmente.
É licenciado em Artes plásticas na ESAD — Escola Superior de Artes e Design, nas Caldas da Rainha, com mestrado em Estética de Cinema e Fotografia na Universidade Nova. Antes de ter feito percurso académico nas artes plásticas trabalhou em cozinha até aos 21 anos, tem formação na Escola de Hotelaria em Coimbra, assume-se também como chef de cozinha.
Sempre viveu no meio artístico, pela mão do pai desde pequeno frequenta o Círculo de Artes Plásticas de Coimbra. Cresceu a ver muitas exposições, por isso pintar surgiu “como algo natural”. A pintura com óleo, é a expressão plástica que utiliza mais, as suas telas cinematográficas dão destaque à questão pictórica das imagens, “a cena em pano de fundo, a cristalização do tempo”, é assim que caracteriza o seu estilo artístico. O artista tem o seu atelier no Hub Criativo Ceres Caldas da Rainha.
A cena cinematográfica salta à vista na tela do pintor, Sebastião Casanova no Podcast Estado com Arte conta que dá títulos às suas telas retirados de citações de livros e de filmes, como é o caso do excerto de “Ulisses” de James Joyce, “It is a gate, if not, a door”, foi inspiração para uma pintura com óleo de um retrato a partir de uma fotografia, a postura de retrato clássico, “apesar da espontaneidade que parece estudada”, comenta o artista plástico Sebastião Casanova.

O retrato representa uma homenagem, mas “no fundo é um momento banal”, explica. Um retrato a partir de uma fotografia, a luz entra com força pela janela. “A pintura é pintura, não há uma intenção. Cada gesto não tem uma intenção,” diz o pintor. Uma combinação de pintura com óleo entre o estilo clássico e o moderno, Sebastião Casanova justifica que “não é mecânico”, não usa sempre spray, nem sempre o óleo. “Numa pintura a óleo o uso do spray ou uso do diluente descontrolado interessa-me, porque é uma coisa da pintura.”
Gosta de pintar lugares que frequenta, como a pastelaria Versailles ou o café Galeto, espaços que habitam nas suas telas, “numa solidão acompanhada que experimenta, onde fica atento aos fluxos”. Utiliza a fotografia para “captar o momento de solidão”, numa nítida alusão à referência de Cartier Bresson.
Há cinco anos que trabalha a partir de fotos que tira no quotidiano, “há todo um processo de escolha das fotografias, a pintura parte das fotografias.”
Para Sebastião Casanova o cinema está muito presente no seu trabalho artístico, “a questão académica vai atrás dos seus interesses”. A pintura é uma prática que já tinha antes do percurso académico, “é uma voz, um canal de comunicação como a escrita, em que não preciso de mais ninguém.”

“All the world is a stage” do “The confidence man”, herman melvin, é evidente a composição dos elementos, a questão da cozinha de degustação, representa para Sebastião Casanova “o palco da experiência hedonista de comer o que queremos. O palco entre a minha expectativa do prato e a confeção do prato.”
Licenciado em Artes plásticas na ESAD, com mestrado em Estética de Cinema e Fotografia na Universidade Nova. Antes de ter feito percurso académico nas artes trabalhou em cozinha atá aos 21 anos, gosta de cozinhar, tem formação em cozinha pela Escola de Hotelaria em Coimbra, assume-se também como cozinheiro.
A arte cinematográfica
Assume que pinta devido ao cinema, mas primeiro vem o desenho, em pequeno fazia banda desenhada para fazer um filme.
Escreve artigos para o blog de cinema da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde escreve com regularidade, sobre filmes ou assuntos de livros que gosta de ler . É notório o cruzamento das suas artes nos textos que escreve, cinema e cozinha é um exemplo dos temas que seleciona, como é caso do texto Menu Plaisirs — Les Troisgros: Abyme, place, scène – Krino IFILNOVA.
Comunidade Artística das Caldas da Rainha
Considera que a comunidade artística das Caldas da Rainha é um grupo heterogéneo, “algo que é interessante. Há um grupo muito forte de artistas nas Caldas da Rainha, com laços de amizade muito fortes”.
Deixa críticas à autarquia das Caldas da Rainha para apoiar mais os artistas das artes em geral, numa cidade com tradição artística em que a cerâmica recebe mais atenção do poder político do que as outras expressões artísticas como a pintura.