Esta semana o São Luiz recebe o Teatro Nacional de São Carlos com a estreia da ópera Il Trionfo del Tempo e del Disinganno, de Händel no dia 9 de abril. Na sala Mário Viegas, a 10 de abril, estreia No Corpo: Assim se Conhece o Mundo, de Vânia Rovisco.
O Teatro Nacional de São Carlos estreia a 9 de abril, na sala Luís Miguel Cintra, a Ópera Il Trionfo del Tempo e del Disinganno, de Händel (1707), uma hora antes do início dos espetáculos, na sala Bernardo Sassetti, a musicóloga Cristina Fernandes em Breves Palavras conversa com o público sobre Händel e a sua obra.
Il Trionfo del Tempo e del Disinganno é uma oratória de Georg Friedrich Händel composta em 1707, com libreto do Cardeal Benedetto Pamphili. Impedido de escrever óperas em Roma devido a uma proibição papal, Händel explorou a expressividade musical para dar vida às personagens Beleza, Prazer, Tempo e Desengano.
A obra culmina no triunfo do Tempo e do Desengano, refletindo um tema universal. Em 1711, quatro anos depois da composição de Il Trionfo, Händel usou a mesma melodia da ária Lascia la Spina, Cogli la Rosa na sua ópera Rinaldo, eternizando-a sob o título Lascia Ch’io Pianga.
Georg Friedrich Händel, Il Trionfo del Tempo e del Disinganno / O triunfo do tempo e do desengano (1737) (La Bellezza ravveduta nel trionfo del Tempo e del Disinganno) HWV 46ª Oratória em duas partes de Benedetto Pamphili.
Breves Palavras com Cristina Fernandes na sala Bernado Sassetti
Cristina Fernandes, musicóloga, profere breves palavras, uma hora antes de cada récita de Il Trionfo del Tempo e del Disinganno, na sala Bernardo Sassetti. O compositor, a música, a ópera e o seu contexto de criação são possíveis vertentes de análise e conversa com o público. Uma oportunidade de conhecer melhor a música de Georg Friedrich Händel e, em particular, Il Trionfo del Tempo e del Disinganno, participando e usufruindo de um enquadramento que faculta elementos essenciais para inteligir a obra.
“No Corpo: Assim se Conhece o Mundo”, de Vânia Rovisco
A 10 de abril, estreia na sala Mário Viegas, o espetáculo “No Corpo: Assim se Conhece o Mundo”, de Vânia Rovisco, que explora o movimento e a identidade em cena.”O que poderá o saber humano fazer para restaurar o seu mutilado sentido?” diz Cordelia, em O Rei Lear, William Shakespeare.
Mal se entra, começa-se. Mal se sai, ainda não acabou. Percorrer um espetáculo de Vânia Rovisco é como desatar a correr em todas as direções e encontrar num poro de pele o universo inteiro. É reconhecer repetindo, continuar coabitando, desenrolar acontecendo entre quatro dignidades: de pé, deitados, sentados, a caminho. Quatro maneiras de sermos plenamente nós próprios: Rovisco procura o que nos faz sentir em casa nos nossos corpos e o que nos faz percorrer o mundo. Perguntando sobre o que aflige, comove, move, agita, consola. Questionando o gesto regular de pisar o chão.
Como nos deslocamos entre afazeres, e entre sentidos se temos 23 anos, 5 anos, 47, 64? Como é amar, criar, falhar, divergir, escutar ou parar enquanto ação e enquanto palavra? Onde se desencontram? Onde e como encaixam?
Vânia Rovisco convida-nos a uma experiência imersiva onde cada um é a peça fundamental da roda que escolher.