Manuela Ferreira Leite é a favor da igualdade de direitos e deveres, de posições, e capacidades das mulheres e dos homens, mas nunca foi a favor dessa luta, porque “nunca teve necessidade de lutar”, disse a antiga ministra das finanças de Cavaco Silva na conferência “As mulheres e o 25 de Abril – 50 anos de Democracia, 50 anos de Igualdade?”, no âmbito das comemorações de 50 anos do 25 de Abril, na Assembleia da República, sobre igualdade de género, na 3a feira, organizada pela deputada social-democrata Lina Lopes com o apoio da Fundação Konrad Adenauer.
Para a economista o ponto fulcral desta matéria é que “o problema da igualdade é meramente um problema de cultura, a lei vai evoluindo consoante as gerações.”
Para a primeira mulher presidente do PSD, e a primeira mulher ministra da pasta das finanças em Portugal a “cultura não se decreta, vai evoluindo com as ideias mais modernas. Esta é uma luta à qual não consigo aderir. Adiro ao ponto fundamental.”
“Não se pode esperar que tenha a mesma posição que a minha mãe, que nem percebia a pergunta, era licenciada em Direito. A minha posição nesta matéria não é igual à das minhas filhas, nem à das minhas netas,” esclarece.
“Se na minha época houvesse restrição legal, algum condicionamento, para fazer algum tipo de atividades, como era no caso da minha mãe, era médica, eu estaria à frente dessa luta, mas eu já não entrei nessa fase.” Manuela Ferreira Leite garante que quando iniciou atividade partidária não existia restrição de natureza legal.
Uma conferência para debater a igualdade de género em 50 anos de democracia, apresentou mulheres pioneiras na sua área profissional, contou com a participação de Ana Catarina Mendes, a primeira Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Maria de Lurdes Rodrigues, a primeira Reitora do ISCTE, Ema Paulino, a primeira Presidente da Associação Nacional de Farmácias e Ana Paula Martins, a primeira Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte.
O ciclo de conferências vai decorrer no próximo ano, em janeiro e fevereiro, na Assembleia da Republica no âmbito dos 50 anos do 25 de Abril.